Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Segurança é prioridade em zona de conflito

Mais de 100 jornalistas foram mortos ao redor do mundo este ano, quase 20 a mais do que em 2003. Somente nos conflitos do Iraque, 60 foram mortos desde o ano passado. Jornalistas e funcionários de mídia têm corrido risco em zonas de guerra em todo o mundo nos últimos anos. Em vista disso, uma verdadeira ‘indústria de segurança’ foi desenvolvida entre associações de mídia globais, especialistas em treinamento e serviços de aconselhamento. O assunto também foi debatido na última conferência da News Xchange em Portugal, onde várias sessões focaram as tentativas de proteção aos jornalistas e funcionários de mídia nos campos de batalha e nas bases militares.

Peter Feuilherade [BBC, 26/11/04] noticiou que o presidente honorário do International News Safety Institute, Chris Cramer (da CNN), ressaltou na conferência que as taxas de mortes entre os jornalistas são três vezes maiores do que as de outros trabalhadores internacionais humanitários. Para Cramer, este foi o pior ano do jornalismo.

Estimativas mostram que nos últimos 10 anos mais de 1.200 jornalistas foram mortos, mais de dois terços em seus próprios países. ‘Muitos deles foram assassinados por procurar a verdade. E em mais de 94% dos casos ninguém foi levado a julgamento’, lembrou ele.

Diversas companhias especialistas prestam cursos de uma semana para profissionais de mídia que trabalham em áreas de conflito. Os cursos chegam a custar cerca de US$ 3.500. O preço torna difícil o acesso de freelancers a esse tipo de especialização em segurança. Ao mesmo tempo, os freelancers são cada vez mais procurados para exercerem trabalhos em zonas de conflito, já que as empresas de mídia têm encontrado dificuldades em convencer seus funcionários a serem correspondentes nestas áreas.