Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Sem direitos trabalhistas, nada de notícias

A FNSI, principal organização sindical dos jornalistas italianos, anunciou que profissionais de meios impressos e eletrônicos entrariam em greve a partir desta sexta-feira (30/9) para protestar contra a decisão da FIEG, associação que representa os empregadores do setor de mídia, de interromper as negociações sobre um novo acordo trabalhista.


Representantes das duas organizações se reuniram em 22/9 para discutir questões trabalhistas, mas se desentenderam diante da recusa da FIEG em adaptar a lei italiana para contratos curtos para o setor de mídia, onde as conseqüências da falta de regulamentação para as relações de trabalho com profissionais freelancers e autônomos seriam devastadoras.


‘Por toda a Europa, nós vemos o trabalho freelancer sendo cada vez mais usado pelos empregadores para eliminar os direitos sociais e trabalhistas. Este desafio aceito pelos jornalistas italianos deveria receber o apoio de todos os colegas na região’, afirmou Arne König, presidente da Federação Européia de Jornalistas. Segundo ele, ‘não se pode esperar que jornalistas que têm condições de trabalho precárias e aqueles cujos direitos sociais são ignorados produzam um jornalismo de qualidade’.


De acordo com o anúncio da FNSI, os jornalistas de veículos impressos entrarão em greve nos dias 30/9 e 1/10, prejudicando a publicação dos diários nos dias 1 e 2/10. Profissionais de agências de notícias e sítios de informação participarão da paralisação no mesmo período, acompanhados de freelancers e correspondentes. No setor de rádio e TV, a greve será realizada nos dias 7 e 8/10. Neste período, apenas breves notícias poderão ser transmitidas, incluindo referências à paralisação.


Segundo a organização que representa os trabalhadores, o conflito deverá ser ‘difícil e certamente longo’. ‘Nós sabemos que estas greves podem prejudicar a indústria e irão privar os cidadãos de informações, mas nós temos que defender nossos direitos profissionais e sociais. O futuro da profissão e o direito do público a informações precisas e de qualidade dependem disso’, afirmou Paolo Serventi-Longhi, secretário-geral da FNSI. Informações da Federação Internacional de Jornalistas [29/9/05].