Enquanto tradicionais revistas de notícias americanas como a Time e a Newsweek publicam artigos longos e aprofundados, com colunistas convidados, a The Week optou por um jornalismo mais ‘funcional’. Na semanal, há fotos pequenas, gráficos simples e matérias de até cem palavras sobre o que aconteceu na semana anterior.
A fórmula tem funcionado e a revista vem crescendo continuamente e de maneira rentável. Em um período em que as semanais americanas têm se reinventado, o caso da The Week é instrutivo. No ano passado, a publicação obteve lucro pela primeira vez – US$ 4 milhões – e está no caminho para atingir US$ 6,3 milhões este ano. Sua circulação total cresceu cinco vezes desde que começou a ser publicada nos EUA, em 2001, para 520 mil exemplares no ano passado. O tráfego para o site da revista teve média de um milhão de visitantes ao mês, nos últimos meses de 2010, segundo a comScore.
Para leitores ocupados
A história da The Week assemelha-se à da Time. Henry Luce e Briton Hadden publicaram a primeira edição da Time, em 1923, com matérias resumidas para manter ‘homens ocupados’ informados. A ideia era ter 100 artigos por edição, nenhum com mais de 400 palavras. ‘As pessoas não acreditavam que poderia ser tão fácil. E, ao dar menos, a The Week na verdade coloca mais nas mentes das pessoas. Acho que é este o objetivo’, observa Isaiah Wilner, autor do livro O homem que a Time esqueceu, sobre o papel de Hadden na criação da revista. A The Week foi criada em 1995 por dois jornalistas britânicos, Jolyon Connell e Jeremy O’Grady. Ela chegou aos EUA em 2001, depois de ser comprada pelo editor e poeta britânico Felix Dennis. Desde 2008, é publicada também na Austrália.
Críticos da publicação alegam que ela tem um caráter reducionista e que o modelo é basicamente uma versão impressa de sites como o Huffington Post. ‘Esta não é uma revista para se colocar do lado da cama, com artigos bonitos que duram para sempre’, rebate William Falk, editor-chefe da edição americana. A equipe da revista tem apenas 18 funcionários. Outros 15 trabalham no site. O modelo de negócios depende de assinaturas e tem apenas uma pequena parcela de venda em banca – menos de 1% do total da tiragem. Informações de Jeremy W. Peters [The New York Times, 13/3/11].