Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Seminário discute estado atual da liberdade de imprensa


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 20 de maio de 2010


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Ex-presidente da SIP faz crítica a ataques à liberdade de expressão


‘Palestrante do seminário ‘Liberdade de Imprensa: Realidade, Obstáculos e Soluções’ na PUC do Rio, o jornalista Júlio César Mesquita, membro do Conselho Editorial do jornal ‘O Estado de S. Paulo’, manifestou preocupação com a propagação de ações contra a liberdade de imprensa no continente.


‘O que nos preocupa são os vários obstáculos que existem e se disseminam nos países latino-americanos, e que, de maneira consciente ou não, abrem a possibilidade para a repressão da liberdade de expressão’, falou Mesquita, ex-presidente da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa).


‘O objetivo específico da SIP hoje é debater as ameaças à liberdade de expressão: primeiro vamos defini-las e depois apresentar alguns indicadores para identificar as violações óbvias e os obstáculos sutis do ponto-de-vista conceitual’ afirmou.


Para Mesquita, ações contra a liberdade de expressão podem resultar na ‘eliminação de meios de comunicação independentes’, na ‘criação de agências de notícias dirigidas pelo governo’ e em ‘ações criminais injustificadas contra jornalistas que criticam autoridades, o que gera autocensura’.


O jornalista Chico Otávio, professor da PUC e repórter de ‘O Globo’, afirmou que o governo não deveria insistir na criação de mecanismos de controle do trabalho da imprensa.


Também participaram a professora Jessica Carvalho Morris, da Faculdade de Direito da Universidade de Miami, o advogado Carlos José Guimarães e os professores de jornalismo Leise Taveira e Leonel Aguiar.’


 


 


CULTURA


Roberto Corrêa de Mello


Contra o dirigismo nos direitos autorais


‘DOIS ARTIGOS recentemente publicados neste espaço abordaram de maneira oblíqua o tema dos direitos autorais no Brasil (‘Piratas e conquistadores’, em 22/4, de Aldo Pereira, e ‘Direitos autorais e acesso ao conhecimento’, de Guilherme Carboni, Pablo Ortellado e Carolina Rossini, em 27/4).


Nenhum deles tocou no ponto crucial da questão: a proposta da nova lei de direitos autorais do Ministério da Cultura (MinC) carrega no ventre o embrião do dirigismo cultural.


A discussão tem orbitado em torno de questões como a descriminalização da cópia simples de livros ou de downloads de arquivos de áudio. Ou sobre suposta falta de transparência das associações ligadas à gestão coletiva dos direitos autorais, o que jamais existiu. Um debate pueril, que interessa exclusivamente ao MinC.


Não se falou ainda no que está por trás da proposta do governo: estatizar a arrecadação dos direitos, criando uma nova estatal: o Instituto Brasileiro de Direitos Autorais (IBDA), com a distribuição de 364 empregos.


Escritores, autores musicais, intérpretes, músicos, dramaturgos, artistas plásticos e atores brasileiros já estão trabalhando na formatação de um programa nacional de cultura que possa criar legítimos mecanismos incentivadores para os criadores, sem permitir flancos abertos ao intervencionismo alheio ao universo cultural.


Historicamente, o Brasil vem adotando institutos antropocêntricos para garantir ao criador a gestão de sua obra (música, literatura, artes visuais, dramaturgia, obra audiovisual), trazendo para o nosso ordenamento regras próprias ao direito de autor.


Outros países, principalmente os anglo-saxões, criaram uma estrutura jurídica diferente, mais afeita a atos empresariais, o ‘copyright’.


Agora, os idealizadores da política flexibilizatória (tais como ‘copyleft’, ‘creative commons’, ‘free digital world’), atendendo a interesses de empresas disponibilizadoras de conteúdo por meio das novas tecnologias, afirmam que o direito dos criadores impede nosso povo de ter acesso aos conteúdos culturais.


Buscam propagar suas pretensões defendendo a necessidade de ingerência do Estado na vida dos autores. Desprezam as convenções internacionais (convenções de Berna, Roma e Genebra) ratificadas pelo Brasil e adotadas em nosso regime jurídico.


O legislador brasileiro teve sempre o cuidado de ouvir as pretensões dos responsáveis pela criação cultural brasileira. Foi assim que editou a lei de direito autoral (lei nº 9.610/98).


Lei moderna, elaborada pela inteligência brasileira e que tramitou, desde a concepção até o sancionamento, pelo Congresso Nacional.


Há retoques a fazer? Por certo existem, mas são pequenos, pois a lei veio consagrar ainda mais o espírito antropocêntrico do direito autoral e permitiu aos criadores que bem gerissem seus repertórios.


É exatamente essa dinâmica social que permite ao legislador recepcionar a pretensão de seu povo.


O que eles pretendem, agora, sob a desculpa da consulta popular, é criar mecanismos de controle da produção intelectual. As consultas são feitas de maneira dirigida, com a participação da ‘cultura livre’.


Aqueles que têm interesse em receber maiores remunerações, aqueles que têm anseio de tutelar a criação intelectual e aqueles que pregam a desobediência legal certamente influenciam os ingênuos e, devidamente municiados de argumentos estranhos ao nosso ordenamento jurídico, buscam transferir ao Estado função e direito que não lhe competem.


A sociedade civil se organiza para elaborar um programa nacional de cultura e preservá-la, evitar o cartorialismo, agilizar mecanismos de fomento e solapar a intromissão nos direitos e garantias individuais.


O que se expressa nos dias de hoje é uma enorme confusão entre o ‘papel do Estado’ e os interesses governamentais. Espera-se do futuro governo a execução de um programa de inteligência sem dirigismo e que não distribua verba pública para consagrar os acólitos e inibir as realizações daqueles que não compartilham a ideologia governamental.


Busca-se a paz social, não o aprofundamento do abismo ideológico.


Está na hora de explicitar ideias e de expurgar o intervencionismo. Aos artistas e intelectuais, o que lhes pertence. A cada um, o que é seu.


ROBERTO CORRÊA DE MELLO é presidente da Abramus (Associação Brasileira de Música e Artes), diretor da ABDA (Associação Brasileira de Direito Autoral), organizador do CNCDA (Comitê Nacional de Cultura e Direitos Autorais) e membro do Grupo de Trabalho de Dramaturgia, Literatura e Audiovisual da Cisac (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores).’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Mundo dividido


‘Lula atravessou o dia, em destaque por Agência Brasil, Reuters Brasil e BBC Brasil, dizendo que as negociações com o Irã podem voltar à estaca zero e que agiu ‘como queriam os Estados Unidos’.


Em longo despacho intitulado ‘Sanções propostas ao Irã enfrentam oposição’, a Associated Press noticiou que ‘EUA e seus aliados ocidentais conseguiram o apoio crucial da Rússia e da China, mas têm pela frente uma difícil campanha para obter o apoio do resto do Conselho de Segurança’. Na home, a ‘Economist’ foi pela mesma linha, sob o enunciado ‘América anuncia um acordo com Rússia e China, mas o mundo está dividido’. Na ‘oposição’, são listados Brasil, Turquia e Líbano, talvez Gabão e México.


ACORDO CONSTRUTIVO


O ‘China Daily’ de papel deu com cuidado o acordo entre ‘EUA, Rússia e China’ para o ‘rascunho de resolução’. E se esforçou, no texto, em equilibrar com a atenção dada ao acordo de ‘Irã, Turquia e Brasil’. Ouviu um analista da Associação Chinesa para Estudos do Oriente Médio, Zhang Xiaodong, para quem Washington e Teerã agora terão que negociar, ambos, sob pressão.


Mais importante, o jornal estatal publicou o editorial ‘Acordo construtivo’, sobre o acerto no Irã, ‘um sinal inequívoco da comunidade internacional’ de que ‘nunca dá nada por perdido’. Sublinhou que a ‘China sempre insistiu que a negociação e o diálogo têm a chave para quebrar o impasse internacional sobre o Irã’.


MANIPULADOS


Em editorial, o ‘New York Times’ apoiou as sanções defendidas pelos EUA e questionou o acordo sobre troca de combustível aceito pelo Irã: ‘Brasil e Turquia estão ansiosos para interpretar papéis internacionais maiores. E ansiosos para evitar um conflito no Irã. Nós respeitamos esses desejos. Mas, como quase todo mundo, eles foram manipulados por Teerã’. A última frase foi a mais destacada no Brasil, a começar do ‘Jornal Nacional’.


HONESTOS


Também em editorial, o ‘Guardian’ opinou que o rascunho de sanções ‘pode ser visto como um tapa das potências maiores nos esforços de negociação de outros países, porém neste mundo multipolar Obama não pode se permitir tal coisa’. O jornal europeu elogiou Turquia e Brasil e lembrou o Japão para dizer que, ‘juntas, essas nações assumiram o papel de negociador honesto abandonado por Inglaterra, França e Alemanha’.


O QUE QUER O BRASIL


O Council on Foreign Relations destacou ontem uma longa entrevista com Antonio Ramalho, professor de relações internacionais da Universidade de Brasília, sobre as razões do governo brasileiro em sua incursão diplomática no Oriente Médio. Ramalho relacionou: ‘Projetar a capacidade política do Brasil no mundo’; ‘a percepção de que houve rearranjos no sistema político, diplomático e econômico, abrindo espaço de manobra para novas potências como China, Índia, África do Sul, Brasil’; e a avaliação de que ‘o Brasil pode fornecer experiência diplomática e ajudar a resolver conflitos por negociação’, além ‘representar os países emergentes’.


‘ALIANZA’


O espanhol ‘El País’ postou ontem no alto da home seu evento ‘Brasil, aliança para a economia global’.Nos destaques ao lado, as declarações de Lula, ‘Brasil aprendeu a ser país sério’, e do ex-primeiro-ministro Felipe González, ‘América Latina foi a que resistiu melhor’


COMPRA…


O ‘Financial Times’ postou ontem sobre o ‘rumor’ da compra do fundo de investimentos Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, pelo JP Morgan. Anotou que Fraga está há seis anos no conselho do banco americano. A compra ‘muito próxima’ foi noticiada anteontem no ‘Valor’ e ecoou ontem por todo lado.


E VENDA


O mesmo ‘FT’, na coluna Lex, se pergunta ‘por que o Bank of America quer vender sua parte no Itaú’, notícia de ontem no Brasil e no próprio jornal financeiro. A ‘resposta simples’ é que o BofA precisa cumprir promessa feita ao Tesouro americano. A ‘resposta sutil’ é que o banco antevê ‘menor diversificação’ pós-reforma.


NO BRASIL


Na revista de design, moda e mídia ‘Wallpaper’, ‘o país mais excitante do mundo’. Ou ‘o retrato mais verdadeiro possível de um país extraordinário em um extraordinário momento de transição’.’


 


 


REFORMA


Mudança na Folha traz novos colunistas


‘A partir de domingo, quando estreia o novo projeto gráfico e editorial da Folha, o jornal passa a contar com um grande elenco de novos colunistas. Cadernos estão sendo reformulados e alguns deles também terão novos nomes.


O atual caderno Brasil passa a se chamar Poder. Dedicado aos interesses do cidadão e à esfera pública, o caderno faz a cobertura dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de tratar de assuntos relacionados à religião, ao meio ambiente, aos movimentos sociais e às diversas organizações da sociedade civil.


Este ano, Poder, editado pela jornalista Vera Magalhães, tem na cobertura das eleições gerais (para presidente, governador, dois senadores, deputado federal e deputado estadual) o seu principal foco de atenção.


A atriz Fernanda Torres, que estreou como dramaturga em 2009 com a peça ‘Deus É Química’, passa a escrever em Poder quinzenalmente, aos sábados, sobre as eleições. Dividirá o espaço com o diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo.


O caderno Dinheiro, editado pelo jornalista Raul Juste Lores, passa a se chamar Mercado. E vai receber 15 novos colunistas em suas páginas.


Entre eles, o empresário Eike Batista, empreendedor das áreas de mineração e siderurgia, hoje o brasileiro mais rico segundo a revista ‘Forbes’, que escreverá mensalmente.


Como ele, também escreverão todo mês Fábio Barbosa, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e do Banco Santander no Brasil, e o deputado Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva e coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência.


O publicitário Nizan Guanaes escreverá em Mercado a cada 15 dias. Sócio majoritário do grupo ABC, Guanaes se divide hoje entre Nova York e São Paulo e pretende fazer com que sua colaboração se beneficie dessa dupla residência.


Dando ênfase ao funcionamento da economia real, ao mundo dos negócios, aos gargalos e desafios que o Brasil deve enfrentar, Mercado terá ainda uma série de novidades.


A coluna ‘Mercado Aberto’, editada pela jornalista Maria Cristina Frias, ganhará novas seções e passa a ocupar uma página inteira. Será publicada diariamente, com exceção dos sábados. Nesse dia, estreia a seção ‘Cifras e Letras’, dedicada a livros de economia, administração, negócios e carreiras.


Outra novidade de Mercado será a seção diária de ‘Commodities’, com as tendências do setor mais forte da balança comercial brasileira.


O FolhaInvest, que circula às segundas, também será reforçado. A consultora Márcia Dessen escreverá semanalmente uma coluna dedicada à educação financeira e aos investimentos dos leitores. Outros dois novos colunistas, quinzenais, serão Maria Ines Dolci, especialista em direito do consumidor, e Gustavo Cerbasi, autor de best-seller sobre finanças pessoais.


Mais novidades


A jornalista, cronista e tradutora Vanessa Barbara passa a escrever aos domingos uma crítica semanal de TV, na Ilustrada. ‘Minha intenção é tentar aliar um formato mais leve, de crônica, ao texto mais tradicional de crítica de TV’, diz Vanessa, 27. Ela é autora de ‘O Livro Amarelo do Terminal’ (Cosac Naify, 2008), que recebeu o prêmio Jabuti de reportagem.


O jornalista da Folha Jairo Marques, que é cadeirante, terá uma coluna quinzenal sobre o assunto em Cotidiano, às terças-feiras. Ele também assina o blog ‘Assim como Você’, na Folha Online.


Aos domingos, a Folha passa a publicar o caderno Ilustríssima, editado pelo jornalista e tradutor Paulo Werneck, que substitui o Mais!. Dedicado à cultura, aos assuntos de ciência e a grandes reportagens, a Ilustríssima pretende se destacar pela narrativa de alta qualidade e desprovida de jargão acadêmico, publicando ensaios, poesia, dramaturgia e quadrinhos.


O caderno Informática, que circulava às quartas, será substituído pelo Tec, editado pelo jornalista Rodolfo Lucena. O novo caderno vai tratar do mundo virtual tecnológico fazendo a cobertura extensiva das redes sociais, dos novos games e das tendências de mercado e negócios da área.’


 


 


CENSURA


Paquistão tira Facebook do ar por imagens de Maomé


‘A Justiça paquistanesa suspendeu o acesso ao Facebook até amanhã.


A decisão é uma resposta a um movimento que agendou para hoje a divulgação, no site, de imagens do profeta Maomé, o que é considerado blasfêmia pelos islâmicos.


O Facebook se define como ‘rede social que reúne pessoas a seus amigos’.


Já a descrição da página ‘Everybody Draw Mohammed Day!’ (‘Dia de Todo Mundo Desenhar Maomé’) era a de ‘simplesmente mostrar a esses extremistas, que ameaçam ferir as pessoas por causa de imagens de Maomé, que nós não temos medo deles’.


Entre outras imagens, essa página apresenta desenhos de Maomé fazendo sexo e um vídeo do Corão sendo queimado juntamente com carne de porco, animal considerado impuro pelo islã.


No Paquistão, o clima foi de revolta. Milhares de manifestantes foram às ruas exigir o boicote ao Facebook, e um grupo de advogados pediu o banimento do site.


O órgão oficial de telecomunicações divulgou que apenas o link da página com as imagens seria bloqueado, e não todo o Facebook, como foi registrado ontem.


O ministro de Assuntos Religiosos do país sugeriu um encontro internacional para discutir a publicação de imagens de Maomé.


Com agências internacionais’


 


 


BANDA LARGA


Valdo Cruz


Para ministra, teles têm um ‘pouco de medo’ da Telebrás


‘A ministra Erenice Guerra (Casa Civil) classificou de ‘cabalístico’ o número de R$ 20 bilhões que as teles temem perder em contratos públicos para a Telebrás e disse que esses serviços não representam 20% do faturamento das empresas. ‘De forma nenhuma.’


Segundo ela, as teles estão é com um ‘pouco de medo’ de enfrentar o efeito regulador de preços que a Telebrás poderá exercer no mercado com sua escolha para gerir o Plano Nacional de Banda Larga.


Em entrevista à Folha, Erenice afirmou que a decisão de passar para a Telebrás os contratos do governo federal é ‘estratégica’ e de ‘segurança institucional’ e envolverá principalmente os órgãos que trabalham com dados sensíveis, como Banco Central e Receita.


Ontem, a Folha revelou que as companhias telefônicas temem perder cerca de R$ 20 bilhões por ano com a transferência de contratos com os governos federal, estaduais e municipais para a Telebrás.


A estatal será contratada sem licitação pela União para fazer esse tipo de serviço.


Na avaliação das teles, o atendimento à administração pública pelas empresas privadas foi um item determinante nos seus planos de negócios quando participaram do processo de privatização em 1998. Elas vão questionar na Justiça a reativação da Telebrás.


Para Erenice, a reclamação das teles é estranha. Ela diz que, no início as teles teriam afirmado à imprensa que a entrada da Telebrás na prestação de serviços para órgãos públicos não seria um problema, mas sim a competição no fornecimento de internet rápida (banda larga) ao consumidor.


‘Depois, quando ficou claro que a Telebrás não iria competir com as teles na última milha, mas sim fazer parcerias com elas, o problema mudou, passou a ser a perda de renda com contratos públicos.’


Segundo Erenice, o valor de R$ 20 bilhões é ‘cabalístico porque ele nunca tinha aparecido antes e não é esse valor [de contratos das teles com o setor público] de jeito nenhum’ e de ‘forma nenhuma representa 20% do faturamento delas’.


Segundo o governo, a administração federal gasta por ano entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões com telecomunicação.


A ministra avaliou que a divulgação dos dados faz parte do jogo de pressão das teles, classificado por ela de ‘compreensível’, pois, afinal, ‘cada um usa as armas que tem’.


Ela afirmou, porém, que essa pressão está mais relacionada ao fato de as companhias terem um ‘certo receio’ do papel de regulador de preços da Telebrás do que da concorrência em si e da perda de contratos para o setor público.


O governo acredita que essas pressões vão diminuir quando começarem as negociações com o setor privado na chamada ‘mesa digital’, que vai discutir a implementação do plano que prevê a universalização da banda larga no país.


As teles foram voto vencido na disputa com o governo sobre o programa. Desde o início, elas defendiam que o setor privado fosse o responsável pela gestão e administração do Plano Nacional de Banda Larga.


As teles contavam com o apoio do Ministério das Comunicações, mas o presidente Lula optou pelo modelo que reativou a Telebrás, elaborado pela Casa Civil e pelo Planejamento.’


 


 


Samantha Lima


Oi promete banda larga universal ainda neste ano


‘O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, afirmou que a empresa cumprirá no fim de 2010, um ano antes do previsto, as metas assumidas com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de universalizar o serviço de banda larga, que permite o acesso à internet em alta velocidade.


Segundo o executivo, o serviço estará disponível em todo o Brasil, com exceção do Estado de São Paulo, cuja concessão pertence à Telefônica. Serão cerca de 4.900 municípios.


O anúncio ocorre em meio a discussões sobre a decisão do governo de reativar a Telebrás, sob a justificativa da necessidade de universalização do serviço de banda larga. Falco participava do 22º Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso.


Falco negou que o cumprimento antecipado da meta esteja ligado à Telebrás. ‘Não tem nada a ver’, disse. ‘Assumimos o compromisso de colocar o ‘backhaul’ [estrutura que leva dados de uma rede principal até as localidades] quando compramos a Brasil Telecom. O que fizemos foi antecipar em um ano nossa obrigação’.


A universalização do acesso à internet de alta velocidade, especificamente, foi uma das contrapartidas impostas pela Anatel à Oi, ao fim de 2008, para autorizar a compra da Brasil Telecom. Antes, as teles haviam se comprometido a levar o ‘backhaul’ para todo o Brasil.


Há algumas semanas, a Oi levou ao governo uma proposta de capitanear o plano de universalização da banda larga, exigindo R$ 27 bilhões para geri-la. O governo seguiu com o plano de reativar a Telebrás.


Falco confirmou que as teles perderão receita significativa se a Telebrás tiver prioridade em contratos públicos, mas não revelou quanto da receita da Oi vem de tais contratos hoje.’


 


 


TELEVISÃO


Andréa Michael


Em ‘Passione’, Maitê trairá nove vezes em 23 capítulos


‘Estela, personagem de Maitê Proença na nova trama da Globo, ‘Passione’, vai trair o marido, Saulo (Werner Schunemann), com ‘uns nove [homens] diferentes’ até o 23º capítulo da novela. ‘É tudo [homem] lindo, lindo. Não tem meio lindo, não’, diz a atriz.


Já na estreia, pegou sua primeira vítima na trama na praia, levou para um hotel e transou sem saber o nome dele. No final, o parceiro perguntou: ‘Quando a gente vai se ver de novo?’. ‘Nunca mais.’


E tudo isso com leveza, creia. O desempenho gerou comentários dos mais diversos no Twitter, desde que ela faria vibrador gozar até um dizendo que, ‘se o Zé Mayer [galã que ganha todas] tivesse um lado feminino, ele se chamaria Maitê’.


‘É tudo muito objetivo: sexo. Ela olha, mostra que quer, os homens veem. Não tem frufru, charminho nem trejeito. Mas isso sem ser vulgar.’


No decorrer da trama, haverá mudanças. Estela se apaixona. Suas mentiras, ditas sem nenhuma culpa, balançam. É que um de seus filhos vai vê-la saindo de um hotel.


No segundo capítulo, anteontem, a trama teve um ponto a menos de audiência: 35 no Ibope (2,1 milhões de domicílios ligados nela na Grande SP).


Reduziu também, conforme levantamento do Controle da Concorrência, o número de ações de merchandising: de nove para duas entre o primeiro e o segundo capítulos.


VALE TUDO 1


‘Ribeirão do Tempo’ estreou anteontem com 12 pontos no Ibope (720 mil domicílios ligados na atração na Grande SP). A Record não fixou limites para garantir a boa audiência: esperou ‘Passione’ (Globo) acabar, não fez brakes, deixou para os capítulos seguintes cenas previstas para o primeiro.


VALE TUDO 2


No Rio, ‘Ribeirão’ marcou 21 pontos. Dividiu o primeiro lugar com a Globo, que no horário exibiu ‘Casseta & Planeta’ e parte de ‘Força-Tarefa’.


TARIFA


A partir de segunda, o ‘Jornal da Band’ vai explicar, na série ‘Carga Excessiva’, quanto o brasileiro paga de impostos no dia a dia. O especial tem quatro capítulos e começa com tarifas de energia e telefonia.


BROA DE MILHO


A TV Brasil informou à coluna que renovou o contrato para uma segunda temporada do ‘ABZ do Ziraldo’. Mas nem o cartunista nem a FBL Vídeo, produtora do programa, foram comunicados da novidade. O último programa inédito foi ao ar em 2/5. Desde então, reprises. Ziraldo está aborrecido com a situação.


ÁFRICA


Vesgo e Alfinete serão os repórteres do ‘Pânico na TV!’ na Copa do Mundo. A decisão foi tomada em reunião anteontem com a Rede TV!.


PIPOCA


Globo renovou seus contratos com os estúdios Fox e Paramount. Garante, assim, a exibição de blockbusters como ‘Avatar’, ‘A Era do Gelo 3’ e ‘Homem de Ferro’.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


(www.estadao.com.br)


Quinta-feira, 20 de maio de 2010


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Márcia Vieira


SIP debate censura imposta ao ‘Estado’


‘A censura ao Estado foi o tema do debate Liberdade de Imprensa: realidade, obstáculos e soluções, ontem, durante o segundo dia do encontro organizado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), na PUC-Rio.


O jornal está proibido, por decisão judicial, de publicar reportagens com informações sobre a Operação Boi Barrica, na qual a Polícia Federal investigava Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB).


Ex-presidente da SIP, Júlio César Mesquita, membro do Conselho de Administração do Grupo Estado e vice-presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), abriu o seminário ressaltando a importância do trabalho da Sociedade Interamericana de Imprensa que há mais de 60 anos defende a liberdade de expressão. ‘A SIP sustenta que o mais básico dos direitos, depois do direito à vida, é o direito à livre expressão porque somente onde ele é exercido é que pode haver a monitoração, a fiscalização e a proteção apropriadas dos demais direitos fundamentais’, defendeu.


Depois de citar os períodos em que o jornal foi submetido à censura, como os cinco anos em que ficou sob intervenção no Estado Novo e a censura prévia durante a ditadura militar, Mesquita reiterou o apoio à SIP na defesa aos princípios da Declaração de Chapultepec, de 1994.


A declaração define os princípios que devem ser cumpridos para garantir liberdade de expressão. ‘O Brasil assinou a declaração duas vezes’, lembrou Jessica Carvalho Morris, da Anistia Internacional. ‘A primeira em 1996 quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso e em 2006, pelo presidente Lula’, explicou.


Ações. O foco da SIP atualmente é debater as ameaças à liberdade de expressão. ‘Isso pode se manifestar em medidas como a eliminação d e meios de comunicação independentes, a criação de agências de notícias dirigidas pelo governo e ações criminais injustificadas contra jornalistas que criticam as autoridades, o que gera autocensura’, disse Mesquita.


Ricardo Trotti, diretor de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, recolheu assinaturas de estudantes em apoio a Declaração de Chapultepec. Também participou do seminário Chico Otávio, da Abraji.’


 


 


TECNOLOGIA


Sílvio Guedes Crespo


Google passa Microsoft no mercado de telefone celular


‘O Google passou a Microsoft no setor de smartphones (telefones celulares com múltiplas funções), segundo dados do instituto de pesquisas em tecnologia Gartner, divulgados no site do jornal Financial Times.


No primeiro trimestre deste ano, 10% dos aparelhos vendidos no mundo usavam o sistema operacional desenvolvido pelo Google, chamado Android, incluindo Nexus One e o Droid, da Motorola (foto acima). Um ano antes, essa proporção era de apenas 1,6%.


Já os aparelhos que usam o sistema operacional Windows Mobile, da Microsoft, tiveram 6,8% do mercado no primeiro trimestre; há um ano, eles correspondiam a 10,2%.


O sistema operacional Symbian, da Nokia, caiu de 48,8% para 44,3%; o aparelho BlackBerry, da Research in Motion (RIM), recuou de 20,6% para 19,6%. A reportagem não cita as vendas mundiais do iPhone, da Apple – apenas as da América do Norte, onde a empresa teve participação de 22,1%, abaixo dos 26,6% do Android.


No geral, relata o FT, as vendas de celulares somaram 314,7 milhões de unidades no primeito trimestre de 2010, alta de 17% sobre um ano antes. O segmento que mais cresceu foi de o smartphones, com alta de 48,7%, para 54,3 milhões de unidades.’


 


 


INTERNET


Reuters


Twitter comercial


‘O Twitter planeja que seu novo sistema de publicidade já tenha engrenado no quarto trimestre, com a aceleração de planos para se tornar um negócio lucrativo e autônomo em termos de receita.


O vice-presidente de operações Dick Costolo informou que o sistema de publicidade recém-lançado pela companhia seria uma base essencial nos planos do Twitter para transformar seu popular serviço em uma operação lucrativa e capaz de sustentar a generosa avaliação de mercado da empresa.


‘Fomos avaliados em mais de 1 bilhão de dólares, em setembro, e por isso vamos viver em um mundo no qual precisaremos gerar centenas de milhões de dólares em receita’, disse Costolo. ‘Estamos pensando sobre números muito, muito altos.’


Costolo disse acreditar que a empresa sairá do vermelho no futuro. Mas não quis revelar o cronograma para chegar ao lucro, que a empresa no momento espera gerar por meio de seu sistema de publicidade e de um sistema de contas comerciais que deve ser lançado em julho ou agosto.


‘Não estamos de forma alguma calculando que precisamos estar acima dos 100 milhões de dólares em tal data e acima dos 10 bilhões de dólares em tal outra data’, afirmou.


A empresa está no momento acrescentando cerca de 12 novos anunciantes ao programa ‘Promoted Tweets’, lançado com a participação de cinco anunciantes no mês passado, disse Costolo. Até o quarto trimestre, ele antecipa que haja centenas de anunciantes participando.


‘Nosso plano é expandir o programa de forma realmente agressiva no terceiro trimestre e atingir o mercado mais amplo no quarto trimestre’, disse Costolo. O site afirma ter cerca de 100 milhões de usuários do serviço de microblog.


O serviço vem cada vez mais desafiando os gigantes estabelecidos da Web, como Yahoo e Google, na disputa pelo tempo online dos usuários. Em janeiro, o Google lançou um serviço de mensagens sociais chamado Google Buzz que assemelha-se a muitos dos recursos do Twitter.’


 


 


TELEVISÃO


Ana Freitas


‘A primeira grande estreia da era da internet’


‘Thiago Borbolla, o Borbs, é editor do Judão e, mais recentemente, começou a apresentar o Fiz Na MTV, que seleciona e exibe vídeos feitos pelos espectadores. Fã de Lost, ele falou ao Link sobre o fim da série.


Lost foi a primeira série que conseguiu utilizar a cultura pop em benefício próprio. As milhões de referências na série, especialmente a Star Wars, deixam isso claro. Mas tem também o fato de ser a primeira grande estreia ‘da era da internet’ que se utilizou desse contexto, com todos os ARGs, easter eggs, sites e tudo mais. Lost colocou o espectador dentro da série, o deixou criar teorias e inventar histórias, algo que nunca antes havia sido feito.


O que te atraiu na série?


Sou fã de histórias de mistérios, e isso já ajudou. Aí com as teorias, aquela quantidade absurda de ‘108″, ‘815″, símbolo da Dharma no rabo do tubarão e um grande ‘WTF?’ com todo mundo se conhecendo de alguma maneira antes da ilha me fizeram seguir fielmente todas as temporadas, todos os episódios. Essa foi a única série que eu acompanhei ‘de verdade’, semana a semana…


Você recomenda outras séries para os fãs de Lost acompanharem depois do fim?


Eu poderia recomendar as básicas: FlashForward, V, Fringe. São séries de mistério, ficção, que estrearam com o ‘peso’ de substituir Lost. Só que, justamente por esse ‘peso’, nenhuma delas consegue substituir Lost à altura. Talvez as três juntas? Mas fato que não só os fãs vão sofrer com essa ‘perda’. A ABC também vai… O jeito é esperar algo tão sensacional…’


 


 


 


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