Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Senado institui ‘lei do silêncio’ entre servidores


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


 


SENADO


Adriano Ceolin


Diretor institui ‘lei do silêncio’ entre servidores


‘Com o objetivo de evitar desgaste em ano de eleição, o Senado instituiu uma ‘lei do silêncio’ para tentar evitar que servidores apontem irregularidades na gestão administrativa da Casa.


Na sexta-feira, o diretor-geral Haroldo Tajra assinou uma portaria criando uma comissão de sindicância formada por seis policiais legislativos para apurar a ‘divulgação de informações administrativas não autorizadas’.


O diretor-geral foi indicado para o cargo pelo primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), responsável pela área administrativa.


No fim do ano passado, ele articulou a tentativa de aprovar a reforma administrativa da Casa, que prevê a subordinação direta da Polícia do Senado à Primeira-Secretaria.


A sindicância criada na sexta funcionará como uma espécie de inquérito policial, pois contará com seis integrantes. Isso contraria o Regime Jurídico do Servidor (lei nº 8.112/ 1990), que determina que uma sindicância seja formada por três membros.


A decisão foi tomada após um início de ano com reportagens que mostraram o pagamento superfaturado de rescisões trabalhistas e a divulgação de ato autorizando o uso de créditos de passagens aéreas de 2009 em 2010. Em 2009, o Senado foi alvo de denúncias sobre desvios administrativos.


Anteontem à noite, ao ser questionado sobre a sindicância criada por Tajra, Heráclito não quis dar esclarecimentos, afirmando que trataria do assunto após regressar a Brasília.’


 


 


POLÍTICA CULTURAL


André Sturm


Acesso à cultura


‘DURANTE ANOS o governo federal entendeu que uma única lei bastava como política cultural. Por meio de incentivos fiscais, foram injetados bilhões na produção e na difusão.


Os resultados dessa política estão aí. De um lado, o enorme crescimento da atividade cultural. Shows, cinema, teatro, exposições de todos os portes.


Livros, circo e dança. Uma verdadeira indústria cultural. De outro, os preços dos ingressos elevados e um enorme contingente da população sem acesso à cultura.


Como quase todo o recurso destinado ao fomento cultural está na produção, os artistas realizam suas obras, porém encontram desafios para chegar ao público. Os aluguéis dos teatros e o custo de lançamento de um filme, por exemplo, são altos. Portanto, os ingressos são caros.


Em pesquisa, a ‘nova classe C’ diz que o acesso a produtos culturais é sua maior carência. Claro, um trabalhador que recebe R$ 1,5 mil terá dificuldade em gastar R$ 60 para ir ao cinema. Considerando dois ingressos a R$ 20, estacionamento e pipoca, esse é o custo para um casal. O valor sobe se o desejo for ir ao teatro.


Ora, se a quase totalidade da produção cultural do país é feita com recursos públicos, precisamos garantir que a população tenha acesso a ela.


Essa seria a intenção do vale-cultura. O projeto, bem-vindo, deve frustrar as expectativas, já que apenas uma parcela restrita terá acesso ao vale. Como as empresas têm de pagar parte do valor, isso deve fazer com que somente as grandes companhias utilizem o benefício. Assim, essa iniciativa deve resultar em uma pequena classe de ‘com vale’ ao lado de uma enorme quantidade de ‘sem vale’.


Da maneira como está previsto, o uso dos vales será em bens culturais de massa: os blockbusters de Hollywood, os megashows, os espetáculos da Broadway. Faz sentido usar recursos públicos para aumentar ainda mais a renda de atividades altamente lucrativas? Temos que estimular a diversidade cultural, e não concentrar ainda mais os recursos.


E, não menos importante, não por preconceito, mas por conceito, acredito que recursos públicos não podem fomentar espetáculos estrangeiros.


Iniciativas testadas mostram que é possível investir no subsídio direto do consumo cultural. Um exemplo: aos cinemas que exibam filmes nacionais a R$ 3, o Estado paga outros R$ 3.


Dessa forma, aquele casal gastaria R$ 26. Feito em larga escala, essa ação levaria enormes plateias de volta aos cinemas. O aumento geométrico de público compensaria a redução do preço dos ingressos. Com outros números, isso pode ser aplicado ao teatro, à dança, ao circo etc.


Outra questão que merece atenção é o acesso à diversidade. Com altos preços, o público tende a ser conservador nas escolhas, já que quer satisfação garantida. Assim, grande parte da produção cultural não é vista. Com preços baixos, quem já consome arriscaria mais. E, mais importante, milhões de cidadãos tornar-se-iam consumidores culturais de fato.


Em São Paulo, o governo Serra experimenta medidas nessa direção. A Secretaria da Cultura criou o Vá ao Cinema. De março a novembro, a cada mês, foram escolhidas 20 cidades com sala de cinema. Essas salas exibiam filmes nacionais inéditos nas cidades. O governo distribuía 10 mil vales na rede pública de ensino. Com o vale, os jovens podiam ir ao cinema, em qualquer sessão, e o exibidor ganhava R$ 3 por vale trocado.


Dos cerca de 2,4 milhões de vales distribuídos, mais de 2,1 milhões foram utilizados. Além de formar público, o programa injetou recursos que ajudaram a manter salas abertas e ainda possibilitou que filmes nacionais chegassem a novas cidades, alcançando mais público. Outro exemplo foi o Vá ao Teatro.


Na cidade de São Paulo, entre outubro e novembro, ingressos para cerca de cem espetáculos foram vendidos a R$ 5. Em menos de 40 dias, quase 50 mil ingressos foram vendidos. Os produtores recebiam, além dos R$ 5, um adicional da Secretaria da Cultura.


Esses exemplos mostram a fome de cultura da população. Muitos espetáculos e filmes beneficiaram-se, mostrando que o interesse do público é diverso quando tem chances de acesso.


Foram investidos R$ 7 milhões, e o resultado, tanto do ponto de vista cultural como social, é enorme. Mais de 2 milhões de pessoas com acesso ao cinema e ao teatro.


É hora de desenvolver uma política de acesso amplo aos bens culturais, incluindo milhões de pessoas nesse mercado consumidor. É hora de mudar o foco para o público. Na sua formação e fruição, oferecendo diversidade e qualidade.


ANDRÉ STURM, cineasta, é coordenador de Fomento e Difusão da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.’


 


 


ASSINATURA


Julio Wiziack


Procurador quer menos anúncio na TV paga


‘O MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo abriu ontem uma consulta pública que pretende definir novos parâmetros para a publicidade na TV por assinatura. A medida tem como objetivo defender os interesses dos consumidores, que, cada vez mais, reclamam do aumento da propaganda na programação das operadoras.


Estima-se que 70% da receita das companhias de TV fechadas sejam provenientes da assinatura cobrada dos clientes para ter acesso a canais e conteúdos não disponíveis na TV aberta. O restante (30%) é resultado de contratos publicitários, que, segundo as operadoras, ajudam a financiar o custo da operação. Nos três primeiros trimestres de 2009, últimos dados disponíveis, o faturamento do setor foi de R$ 7,86 bilhões, 16,4% superior ao mesmo período de 2008.


‘Se tivermos de mexer nessa estrutura, certamente haverá repasse de custo para os clientes’, diz Gustavo Mendes, vice-presidente de programação da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura).


Essa discussão teve início em outubro passado, quando o procurador Marcio Schusterschitz enviou recomendação à operadora Sky para que a companhia, dentro de dez dias, passasse a informar a quantidade de comerciais veiculados em sua programação.


A Folha apurou que, naquele momento, a Sky explicou ao MPF que a companhia não tinha como interferir na publicidade -que já vem definida pelos próprios canais internacionais. A empresa só fecha contratos com esses canais e insere a publicidade em intervalos previamente definidos.


Essa também é a posição das demais operadoras, que, por meio da ABTA, já enviaram um ofício à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em que se posicionam sobre o assunto. Apesar de fiscalizá-las, a Anatel não tem como controlar a veiculação de propaganda porque não há um regulamento específico.


‘Independentemente disso, existe o Código de Defesa do Consumidor e, por ele, as operadoras respondem junto aos seus clientes’, afirma o procurador Schusterschitz.


‘O que nós queremos é preservar o direito dos consumidores, que, diante de um cenário de convergência, podem ter opções ao escolher um conteúdo televisivo fechado. A ideia é promover um debate sobre o novo modelo num cenário em que esse conteúdo já pode ser acessado pela internet, sem inserção de comerciais.’


Reclamações


A consulta pública foi aberta após sucessivas reclamações de entidades de defesa do consumidor, exigindo medidas que obrigassem as operadoras a informar o volume de propaganda em sua programação.


‘Os clientes são atraídos pela promessa de oferta de um conteúdo exclusivo e, depois, se deparam cada vez mais com mais propaganda e menos conteúdo’, diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).


A ABTA informa que, nos últimos anos, apesar de a receita publicitária ter crescido, ainda há horários ociosos e muitas inserções institucionais (dos próprios canais, por exemplo). Em média, cada operadora insere oito minutos de propaganda a cada hora e, ainda segundo a associação, dificilmente elas estouram esse limite.’


 


 


PROPAGANDA


Cláudia Collucci


Jovem é maior alvo de publicidade de bebida


‘A indústria da bebida alcoólica está investindo mais em propagandas dirigidas a adolescentes do que nas voltadas a adultos. A conclusão é de um estudo publicado neste mês no ‘Journal of Adolescent Health’, que avaliou, durante cinco anos, 13.513 campanhas de bebidas em 118 revistas americanas.


Apesar de o trabalho ter sido feito nos EUA, há indícios de que a tendência é a mesma no Brasil. Pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra que o adolescente se identifica com elementos da propaganda de cerveja -cores, gente jovem e bonita.


Outro estudo da Unifesp ainda não concluído mostra que há muita propaganda de bebida na TV sendo veiculada à tarde, quando a maior audiência é do público infantojuvenil.


O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) informou que desconhece essa informação e que não tem acesso às pesquisas da Unifesp e suas metodologias.


‘A indústria do álcool está nos enganando. Ao contrário do seu posicionamento público [de que não há publicidade dirigida a menores de idade], eles estão mirando nos jovens por meio da sua propaganda. Eles estão dizendo uma coisa e fazendo outra’, disse à Folha Michael Siegel, professor de ciências da saúde da Boston University e coautor do estudo.


Segundo os pesquisadores, as propagandas de bebidas usualmente consumidas por jovens (como cerveja premium beer ou de baixa caloria, rum e vodca) apareceram quatro vezes mais em revistas voltadas para jovens em comparação às bebidas mais consumidas por adultos (como uísque e gim).


Segundo a pesquisadora Ilana Pinsky, professora da Unifesp, as normas de autorregulamentação brasileiras são frequentemente burladas pela indústria no que diz respeito à propaganda de cerveja. ‘Embora ela não fale do produto em si, aborda os sonhos e o estilo de vida relacionado às pessoas jovens e bonitas, às festas, que tudo tem a ver com o jovem.’


Segundo o Conar, todos os possíveis abusos nas propagandas de cerveja são investigados. No ano passado, mais de cem processos éticos foram abertos, informou o conselho.


Procurado pela Folha, o Sindicerv (sindicato nacional das indústrias de cerveja) não quis comentar as pesquisas.


Para Pinsky, a propaganda é um dos elementos que leva o jovem a um início mais precoce do consumo de bebida. Uma pesquisa do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas de São Paulo) mostra que quanto mais cedo se começa a beber, maiores as chances de se tornar viciado.


Na opinião de Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, não há evidências científicas sólidas de que a propaganda esteja induzindo os jovens a beberem mais ou precocemente. ‘A propaganda de bebida usa pessoas jovens e bonitas assim como a de sabonete e a de sandálias Havaianas. O jovem vai beber com ou sem propaganda. É claro que ela influencia, mas creio que a decisão de beber não esteja ligada à propagada.’’


 


 


TELEVISÃO


Laura Mattos e Clarice Cardoso


Até boteco terá de pedir à Fifa, em inglês, para exibir a Copa


‘Não basta só decorar com bandeirinhas verde-amarelas e colocar muita cerveja na geladeira. Qualquer local que pretenda fazer exibições públicas de jogos da Copa do Mundo deste ano terá de solicitar autorização diretamente à Fifa.


Ainda que a reunião em torno da TV ou do telão não tenha fins comerciais, como em escolas ou hospitais, é preciso pedir permissão ao sorganizadores.


Todas as informações e os documentos a serem preenchidos estão, em inglês, no site da Fifa (www.fifa.com/worldcup/organisation/publicviewing/index.html).


Se a exibição for autorizada, a pessoa ou empresa interessada ainda deverá submeter a solicitação, já com o aval da Fifa, à emissora que detém os direitos de transmissão em cada país -a Globo, no caso do Brasil. A Fifa informará um e-mail da emissora para o qual o pedido deve ser encaminhado.


Até a Copa anterior, a Globo era responsável pelas autorizações no Brasil. Este ano, a Fifa decidiu centralizar os pedidos no mundo todo e cobrará taxas, com valores a serem negociados, de quem quiser organizar eventos com fins comerciais.


A Fifa pode vetar eventos com patrocinadores ‘incompatíveis’ com a Copa. Normalmente, quem denuncia à Fifa ou à Globo bares e restaurantes que exibem jogos sem autorização são seus próprios concorrentes. Nesse caso, o local pode ser processado.


NOVELA DA DALVA


Pery Ribeiro, filho de Dalva de Oliveira, afirma que ele e o irmão, Ubiratan, recebem ‘muito pouco’ de direitos das músicas dos pais. ‘Minha mãe vendeu os sucessos para a gravadora Odeon quando estava doente. Precisava de dinheiro para pagar o hospital e deixou dívidas quando morreu.’


DRAMA EM FAMÍLIA


Pery diz não ter recebido pela exibição de ‘Dalva e Herivelto’(Globo) e negociará para ‘talvez ter participação na venda do DVD’. Como a Folha informou ontem, ele e a Globo estão sendo processados por Dalva Climent, que diz ser filha de Dalva e Tito Climent, mora em uma favela e tem câncer. Segundo Pery, ela foi entregue por uma empregada ao casal e, aos 7, foi com Tito para a Argentina quando se separaram.


PAGO PARA VER 1


O Ministério Público Federal está de olho na publicidade a TV paga. O órgão abriu consulta pública para obter dados sobre a proporção entre conteúdo e anúncios nas operadoras.


PAGO PARA VER 2


Para colaborar, interessados têm 60 dias para enviar e-mail(consulta publica-mssa@ prsp.mpf.gov.br) ou carta (r.Peixoto Gomide, 768, CEP 01409-904, SãoPaulo, SP), como assunto ‘consulta pública 1.34.022.000025/ 2007-04’.


PROVISÓRIO?


Nas férias de Marcelo Tas e cia., o ‘É Tudo Improviso’(Band) teve a mesma audiência do ‘CQC’ já no segundo programa, anteontem: 4 pontos.’


 


 


Sylvia Colombo


Clichês e rebeldia marcam volta do superagente Jack Bauer


‘Fãs de ‘24 Horas’ já passaram sete dias inteiros da vida expostos ao suspense febril que as aventuras do superagente Jack Bauer (Kiefer Sutherland) é capaz de provocar.


Isso mesmo. Fazendo as contas, com o formato de ‘tempo real’ do programa, em que cada episódio corresponde a uma hora da trama (contando os comerciais), foi-se uma semana do tempo nesta Terra dos aficionados pela atração.


Pois a tormenta recomeçou. Estreou no último domingo, nos EUA, a oitava temporada do seriado (aqui, será exibido pela Fox em março ou abril).


‘24 Horas’, ao lado de ‘Lost’, foi um dos precursores do estouro internacional das séries, gerando incontáveis imitações.


A ação agora se passa em Nova York. Tudo começa do modo mais clichê possível. Aposentado das funções de agente do governo dos EUA, Bauer tenta reconstruir a vida familiar.


De repente, porém, a pátria, em risco de um novo ataque terrorista, o chama de volta à ativa. Desta vez, o perigo é uma ameaça de atentado contra o presidente de um imaginário país muçulmano que está prestes a firmar com os EUA um histórico tratado de paz.


Acusado por organizações de direitos humanos de abusar da tortura, o seriado tem pegado ‘um pouco’ mais leve desde a sétima temporada.


De certo modo, o programa tem acompanhado as transformações recentes da história dos EUA. Os métodos de Bauer, que ignora protocolos e limites de violência, pareciam fazer sentido para o público norte-americano no pós-11 de Setembro -a série estreou lá em novembro do mesmo ano.


Já agora, na era Obama, os produtores fizeram com que os chefes do agente passassem todo o tempo tentando enquadrá-lo. Porém, no geral, eles fazem vista grossa para a rebeldia do herói. Afinal, sem ela, pela lógica do programa, seria o fim de Jack Bauer e, por consequência, dos EUA.’


 


 


POLÍTICA NA REDE


Vera Magalhães


Políticos ainda engatinham no microblog


‘Já virou lugar comum dizer que o Twitter terá um papel fundamental na campanha eleitoral brasileira em 2010, repetindo e ampliando o que aconteceu nos Estados Unidos na eleição de Barack Obama. Por conta dessa máxima, os políticos brasileiros migraram em peso para o microblog desde o ano passado. Afora o hype, no entanto, ainda são poucos os que sabem usar a ferramenta.


Os números são superlativos. Na última sexta, o perfil Twiticos (@twiticos), especializado justamente em seguir os perfis ligados a políticos e a partidos, certificando sua autenticidade, tinha em suas listas mais de 900 políticos cadastrados. Eram 271 deputados federais, 207 perfis ligados a partidos, 131 vereadores, 111 deputados estaduais, 56 senadores, 11 ministros e seis governadores.


Dos quatro principais candidatos a presidente da República, só a ministra Dilma Rousseff (PT) ainda não tem perfil oficial no Twitter, embora existam vários alimentados por seus simpatizantes -e perfis falsos criados por opositores.


O tucano José Serra é o mais ativo entre os outros três, seja em número de seguidores, seja em presença na rede. Na sexta, o número de seguidores era de 156.243. Com posts quase sempre de madrugada, o governador de São Paulo mescla divulgação de sua agenda e de obras da gestão a comentários pessoais sobre filmes, músicas e personalidades públicas.


O deputado Ciro Gomes (PSB), com 6.426 seguidores na última sexta-feira, começou em ritmo acelerado no Twitter, mas foi perdendo o fôlego. O último de seus singelos 25 tuítes foi em dezembro.


A senadora Marina Silva e seu partido, o PV, estão na vanguarda da definição das redes sociais como espaço privilegiado para a campanha, já que ela terá direito a um espaço bastante reduzido no quinhão da propaganda eleitoral gratuita.


Sua presença no Twitter, no entanto, ainda está aquém do discurso sobre o papel estratégico da ferramenta. Com quase 3.000 seguidores na semana passada, Marina não tuíta desde novembro de 2009.


Os silêncios prolongados são apenas um dos pecados que os políticos brasileiros ainda cometem no Twitter. Há os que delegam a tarefa de postar a assessores, o que fica visível seja pelo uso da terceira pessoa, seja pelo tom de ‘release’.


Existem ainda os que tentam driblar a exigência de 140 caracteres fracionando um texto longo em vários tuítes, o que entope a timeline dos seguidores e não cumpre o papel de uma comunicação ágil e direta.


Por fim, poucos exploram todo o potencial do Twitter, lincando para textos de interesse, vídeos e conteúdo extra -demanda dos usuários e, aí sim, diferencial na campanha.’


 


 


Obama conta que nunca usou o serviço


‘O Twitter foi um dos trunfos na eleição de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos, no ano passado.


Mas Obama admitiu, em novembro último, que nunca usou o serviço de microblog, como alguns já desconfiavam: sua conta no site (twitter.com/BarackObama) é mantida por assessores.


‘Eu nunca usei o Twitter, mas sou um defensor da tecnologia e da não restrição ao acesso à internet’, afirmou, durante uma visita à China.


‘É um tanto surpreendente saber que ele nunca enviou nenhum de seus tuítes durante as primárias’, escreveu, na época, o TechCrunch. ‘E, sem dúvida, parte de nós queria acreditar que tuítes como ‘Isto é história’, enviado em 7 de novembro, ou ‘Humilde’, depois que ele ganhou o Nobel da Paz em outubro, tivessem sido escritos pelo próprio presidente’.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


 


HAITI


AFP


Jornalista médico faz cirurgia


‘O correspondente da CNN para assuntos médicos, o neurocirurgião Sanjay Gupta, participou na segunda-feira de uma operação no cérebro de menina haitiana de 12 anos a bordo do porta-aviões americano Carl Vinson.


A criança, que não teve o nome revelado, tinha um pedaço de concreto de 1,2 cm em seu crânio. Como não havia nenhum neurocirurgião a bordo, Gupta foi chamado para realizar a operação. ‘Tive a honra de ajudar’, afirmou o jornalista. ‘Tenho um profundo respeito pela capacidade da Marinha dos Estados Unidos e pela equipe médica a bordo do Carl Vinson’, acrescentou.


Gupta está no Haiti para a cobertura do terremoto para a rede CNN. Anteriormente, seu nome chegou a ser considerado para um cargo na Secretaria de Saúde do governo do presidente Barack Obama, mas o médico alegou motivos familiares e profissionais para não assumir a função.


O navio está posicionado a poucos quilômetros de Porto Príncipe e conta com uma unidade médica de última geração. A clínica possui 3 mesas de cirurgia, uma sala de radiologia e cerca de 50 leitos. Entre os 55 especialistas da equipe médica estão um cirurgião, um anestesista e um psicólogo.


Desde sua chegada, na sexta-feira, apenas dez pacientes foram atendidos no porta-aviões , três americanos e sete haitianos. Seis dos pacientes sofreram intervenções cirúrgicas, a maior parte amputações. O comandante do porta-aviões, o almirante Ted Branch, disse que está pronto para ajudar ‘caso a caso’, mas lembra que a assistência médica não é sua prioridade na missão no Haiti.


‘Nossa principal contribuição são os helicópteros que transportam suprimentos e feridos na capital haitiana. Temos somente um cirurgião a bordo’, afirma.


O chefe da unidade médica do Carl Vinson, Alfred Shwayat, disse que sua equipe é preparada para ‘atender casos de ferimentos graves, estabilizar os pacientes que sofrem traumatismos’, mas o navio não está ‘equipado para receber e atender milhares de feridos’. O barco-hospital americano Confort, especializado em queimaduras, deve chegar à região até o fim da semana. A embarcação tem 600 pessoas a bordo e 1 mil leitos disponíveis.’


 


 


LUTO


Morre ex-presidente da SIP Luis Cano


‘Luis Gabriel Cano, ex-presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), morreu na segunda-feira aos 80 anos. Ao lado do irmão Guillermo, Luis liderou a guerra do jornal El Espectador contra o cartel de Medellín. O grupo, liderado por Pablo Escobar, ordenou o assassinato de Guillermo, que era diretor do jornal colombiano.’


 


 


CINEMA


AP


China veta ‘Avatar’ para conter competição


‘Autoridades chinesas reduziram drasticamente as exibições do filme Avatar, numa aparente tentativa de reduzir a competição com os filmes produzidos no país, como a biografia aprovada pelo Estado de Confúcio, antigo filósofo chinês, estrelada pelo ator de Hong Kong Chow Yun-fat, que estreia amanhã.


Avatar, cuja mensagem antiautoritária empolgou muitos chineses comuns, arrecadou US$ 44 milhões em ingressos na semana após a estreia em 4 de janeiro na China, e uma reportagem afirma que o total chegou a US$ 81 milhões até domingo. Isso tornaria o filme o mais vendido na história cinematográfica chinesa. As versões em 3D e IMAX do Avatar, do cineasta James Cameron, continuarão sendo exibidas até fevereiro. Mas a partir de sábado o filme deixará de ser exibido na versão 2D em 1.628 salas. Em fevereiro é celebrado o ano-novo lunar e milhares de chineses devem ir aos cinemas nos dias do feriado.’


 


 


CENSURA


Cláudia Trevisan, correspondente em Pequim


Google decide adiar Android na China


‘O Google adiou o lançamento na China de dois modelos de telefones celulares que usariam seu software Android, em razão da incerteza que cerca o futuro de seus negócios no país. A cerimônia de apresentação dos produtos estava prevista para hoje, mas foi cancelada ontem.


Na semana passada, a empresa americana afirmou que poderá deixar a China caso não chegue a um acordo com as autoridades de Pequim para o fim da censura às buscas realizadas em seu portal chinês, o google.cn – algo improvável.


Maior site de buscas online do planeta, o Google disse ter sido alvo no mês passado de ataques de hackers que operam a partir da China. De acordo com a companhia, a ofensiva levou ao roubo de propriedade intelectual e também teve por alvo contas de e-mails mantidas por ativistas de direitos humanos.


Ontem, o governo chinês voltou a afirmar que as empresas estrangeiras devem obedecer à legislação do país – o que inclui a adesão ao estrito sistema de censura da informação que circula na internet. ‘Empresas estrangeiras que atuam na China devem aderir às leis e regulações chinesas, respeitar os interesses do público em geral e suas tradições culturais e assumir suas responsabilidades. O Google não é uma exceção’, afirmou Ma Zhaoxu, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores.


Os telefones que seriam lançados hoje foram desenvolvidos pela Samsung e Motorola em colaboração com o Google. Os celulares seriam vendidos pela China Unicom, uma das estatais que atuam nesse mercado, que é o maior do mundo, com cerca de 700 milhões de usuários.


Em tese, a ameaça do Google de sair do país se restinge ao site de buscas voltado para o público local, o google.cn. Mas é pouco provável que a empresa consiga manter negócios em outras áreas depois de um caso tão público de divergências com o governo local, que controla todas as empresas de telefonia e tem enorme poder sobre os provedores da internet.


Se decidir ficar, é pouco provável que o Google conte com a boa vontade das autoridades para se expandir em um país no qual o aval do Estado é essencial para o sucesso de virtualmente todos os negócios.’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Record desfalca MTV


‘Gênero que faz parte da história da MTV, o humor escrachado da turma de Hermes e Renato está de malas prontas para a Record. Os humoristas, que completaram no ano passado uma década na emissora musical – onde nasceram -, devem integrar a mais nova filial da MTV na TV aberta, o programa Legendários, do ex-VJ Marcos Mion.


Com estreia prevista para março, nas noites de quarta-feira, Legendários traz em seu elenco, além de Mion, os ex-MTV João Gordo e Felipe Solari. A atração também conta com os humoristas Mia Mello, Marcelo Marrom (ex-Band), e o homem dos esportes radicais, Gui Pádua. A trupe de Hermes e Renato, que ganhará um quadro na atração, deve fechar o elenco, que sofreu para ganhar corpo. Antes de chegar a esses nomes, a Record investiu pesado para o lado da turma do CQC, da Band, sem sucesso.


Até a tarde de ontem, na MTV, a saída de Hermes e Renato era dada como certa. Traduzindo: não havia contraproposta. Resta saber se na nova casa a trupe terá liberdade para fazer piadas de pastores e rituais de exorcismo, como já fizera algumas vezes na TV.


Ela não perde a viagem


Alice (Maria Luisa Mendonça) vai aproveitar um descuido de Clarisse (Cecília Dassi) para atacar o namorado da moça, Bernardo (Bruno Perillo), em Viver a Vida. Ela pedirá para conhecer o apartamento do rapaz, que fica em cima do restaurante Gengibre. Depois de algumas taças de vinho, ela o seduzirá e os dois acabarão aos beijos. A cena vai ao ar no sábado, na Globo.’


 


 


Entrelinhas


‘Andam azedas as relações entre Globo e Band, parceiras na transmissão de eventos esportivos. Tudo por conta dos ataques públicos e constantes à Globo feitos pelo presidente da Bandeirantes, Johnny Saad.


Há quem acredite que essas rusgas vão prejudicar novas parcerias entre as redes e complicar a vida da Band na hora da divisão dos jogos de futebol com a Globo.


A Bandeirantes mentiu, via assessoria de imprensa, para esta coluna. Negou que Uma Escolinha Muito Louca fosse acabar, mas os atores do humorístico serão mesmo dispensados em março. Já Decisiones, formato comprado da Telemundo que chegou a ter até uma apresentadora contratada, virou um quadro no programa Márcia.


Amor &Sexo, de Fernanda Lima, ganhará nova temporada na Globo antes da Copa.


Os brasileiros poderão fazer doações para as vítimas do Haiti durante o Hope for Haiti, evento comandado nos EUA por George Clooney – e com a presença de muitos artistas -, que será exibido na MTV Brasil ao vivo, na sexta-feira, às 23horas. Cazé será o âncora da transmissão na emissora musical.


A TV Cultura exibe entre os dias 25 e 30 de janeiro os 17 projetos finalistas do AnimaTV, concurso de animação nacional. Os dois desenhos vencedores levarão, cada um, R$ 950 mil para a coprodução da animação.’


 


 


 


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