Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Sindicato apóia ‘cláusula de consciência’

O presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas Britânicos (NUJ, sigla em inglês), Tim Lezard, pediu aos outros sindicatos trabalhistas que apóiem uma ‘cláusula de consciência’ que ofereça proteção aos jornalistas que se recusarem a escrever artigos por razões morais, como informa John Plunkett, do Guardian [14/9/05].


Lezard alega que os jornalistas já agüentaram por muito tempo a obrigação de envolver seus nomes em artigos racistas sob pressão de seus editores. Para ele, chegou a hora de existir uma ‘cláusula de consciência’ para proteger os profissionais de imprensa de ações disciplinares ou danos a suas carreiras caso eles se recusem a escrever artigos com posições que não concordem. Lezard afirmou que, muitas vezes, jornalistas sentem-se forçados a escrever o que os proprietários da empresa querem.


O sindicato espera que a cláusula seja incluída em acordos com editores de jornais e seus proprietários. ‘Não há desculpas para que os editores recusem esta cláusula, embora obviamente alguns deles o façam. Vai ser interessante ver quem vai ser o primeiro’, afirmou o presidente. O NUJ já tem um código ético que declara que jornalistas ‘não devem mencionar a cor, raça ou religião de uma pessoa a menos que a informação seja estritamente relevante para a matéria; e artigos que encorajam a discriminação, preconceito ou aversão não devem ser escritos’. A ‘cláusula de consciência’ daria aos jornalistas o ‘direito de recusar tarefas ou ser identificado como o criador de um editorial que quebrasse o espírito do código. Nenhum jornalista deve ser punido por insistir no seu direito de agir de acordo com o código’.


A Press Complaints Comission (PCC), órgão auto-regulador da imprensa britânica, recusou-se, até o momento, a adicionar a ‘cláusula de consciência’ a seu código de conduta.