Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Site do jornal russo Novaya Gazeta sofre ataque virtual


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


 


RÚSSIA


Ataque virtual paralisa site de jornal independente na Rússia


‘O site do principal jornal independente russo, o ‘Novaya Gazeta’, completou ontem o sétimo dia consecutivo de paralisação devido a um ataque virtual de autoria desconhecida, disse o seu editor-adjunto, Andrei Lipsky.


‘Não se trata de um trabalho de amadores. É uma ação deliberada. Só podemos especular sobre quem está por trás disso. Como vocês sabem, temos muitos amigos’, disse Lipsky, ironicamente.


Segundo ele, o ataque simula milhões de acessos simultâneos, sobrecarregando a página. O site, com visitação média de 250 mil pessoas por semana, tem registrado até 1,5 milhão de acessos por segundo nos últimos dias.


Publicado três vezes por semana, o ‘Novaya Gazeta’ se notabilizou por reportagens investigativas revelando esquemas de corrupção no alto escalão do Kremlin.


Em 2006, a repórter Anna Politkovskaya, crítica do então presidente Vladimir Putin e que denunciava abusos do governo contra separatistas no Cáucaso, foi morta a tiros. No ano passado, a jornalista Anastasia Baburova também foi assassinada.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Empate técnico


‘Começou no meio do dia e avançou até a noite, nas submanchetes do UOL e do G1 e nas manchetes do iG, do Terra, da Reuters Brasil. No primeiro enunciado do UOL, como nos outros portais, ‘Pesquisa aponta empate entre José Serra e Dilma Rousseff’. Também no UOL, o blog de Fernando Rodrigues sublinhou que o levantamento trazia ‘uma notícia muito boa para o PT’, o empate técnico, ‘e outra ruim’, que o empate só existe quando Ciro Gomes está na lista.


No site da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o relatório do Sensus ressalta na ‘Conclusão’ que Dilma Rousseff ‘aparece em primeiro lugar pela primeira vez na pesquisa espontânea’.


No início da noite, a pesquisa foi trocada, dos sites aos telejornais, pelas novas enchentes em São Paulo.


NÃO PODE PARAR


Na manchete do Terra, fim da tarde, ‘Após melhora em pesquisa, Lula diz a Dilma que trabalho não pode parar’. Ele ‘comemorou reservadamente’ e teria dito à ministra, segundo um assessor:


‘Estamos melhorando. Não podemos parar de trabalhar. Temos que continuar.’


TRANSFERÊNCIAS


Na manchete da Reuters Brasil, fim da tarde, ‘Dilma sobe por economia e transferência de voto’. Segundo o Sensus, ‘parece que Dilma passa a extrapolar o limite da transferência de Lula’.


O Terra ouviu, do presidente do PT, que ‘há transferência de Serra para Dilma’.


TEMPOS RUINS


Ouvido pelo Terra Magazine, o presidente do PSDB afirmou, sobre a pesquisa Sensus, que ‘os números não são tão significativos assim’. Avaliou que ‘a rejeição do governador aumentou principalmente por conta do momento delicado que ele está enfrentando por causa das chuvas. A chuva aumenta a rejeição do eleitorado’.


Por outro lado, o blog Radar postou que ‘na cúpula da Globo há consenso de que ‘Tempos Modernos’ foi um erro, que dificilmente será resolvido’. A novela das sete, que se passa em São Paulo, mas sem enchentes e sem moradores de rua, está com média de audiência inferior à da novela das seis. ‘No sábado, marcou 16 pontos, um dos piores resultados da história, se não o pior.’


LULA FRACASSA


Quase imediatamente, a pesquisa Sensus surgiu no topo das buscas de Brasil no Google News. Dilma ‘tem ganhos’, ela que é ‘apoiada por Lula’, mas o ‘candidato da oposição lidera’. Porém ‘nenhum dos dois mudaria substancialmente a política econômica de Lula’.


Por outro lado, a BBC Brasil relatou e portais destacaram que ‘Lula fracassa nas bilheterias, afirma ‘El País’. O correspondente diz que os atores são ‘magníficos’, o filme ‘é emocionante’, mas ‘não convenceu por vários motivos: os brasileiros gostam do Lula de verdade, na rua, em palanque, arregaçando as mangas, suando e gritando coisas como ‘vou tirar o país da merda’.


SHELL+COSAN VS. PETROBRAS


Na manchete do ‘Valor’ de papel, ‘Cosan e Shell se unem no etanol e na distribuição’, criando a terceira maior distribuidora de combustíveis do país, com as bandeiras Esso (Cosan) e Shell. Ecoou por sites e agências daqui e do exterior. Na home do ‘Financial Times’, ‘Shell cria joint venture de US$ 12 bilhões no Brasil’.


Um dia antes, também pelo mundo, ‘Petrobras planeja construir alcoolduto’ de US$ 2 bilhões no Brasil, com a japonesa Mitsui Co. E ontem à noite, na manchete do portal iG, o blog de Guilherme Barros informou que a ‘Petrobras vai comprar oito usinas de álcool no país’.


‘COSAN & SENZALA’


‘Faz tempo que o grupo Cosan é acusado de se beneficiar das condições degradantes impostas aos trabalhadores do corte da cana’, escreveu Elio Gaspari na Folha, há três semanas, com o título acima. Até entrou na ‘lista suja’ da ‘condição análoga à escravidão’, mas conseguiu liminar. Acima, ontem no ‘WSJ’, ‘uma camponesa corta cana na Usina Bonfim, da Cosan’, em São Paulo


O JOGO DOS EUA?


A estatal Agência Brasil destacou que o novo embaixador dos EUA, Thomas Shannon, ‘apresenta credenciais’ a Lula na quinta. E que, ‘para o governo brasileiro, a escolha de Shannon é motivo de comemoração’.


Por outro lado, o colunista do ‘Guardian’ Mark Weisbrot, do liberal Center for Economic and Policy Research, de Washington, escreve contra ‘O jogo dos EUA na América Latina’. Questiona ações em Honduras e Haiti e ressalta que a ‘derrota do partido de Lula seria uma vitória para o Departamento de Estado’. Diz que ‘os EUA, na verdade, já intervieram recentemente na política brasileira, em 2005, organizando conferência’ para influenciar a reforma política, como revelou a Folha.’


 


 


TELEVISÃO


João Pereira Coutinho


Em defesa da televisão


‘GOSTEI de ler a Ilustrada de domingo. O assunto era sério. Novelas. Brinco? Não brinco. Isso não significa que seja consumidor do gênero. Não sou. Nenhum motivo em especial. Tenho televisão em casa. Uso para ver meus filmes. Não uso para acompanhar a programação normal.


Mas os artigos da Ilustrada sobre o assunto são um desafio para qualquer alma conservadora. Segundo parece, as novelas de hoje entregam-se ao merchandising e aproveitam seus enredos para vender carros, celulares, hidratantes.


Os especialistas dizem que o impacto desta forma de ‘publicidade informal’ é enorme: uma coisa é anunciar os produtos no bloco publicitário; outra, bem mais poderosa, é ter a celebridade a usar o creme, o celular ou o carro. Irresistível, é claro, desde que o personagem não seja mafioso ou traficante. Pode ser vilão, mas com ‘glamour’.


Mas notáveis são os estudos acadêmicos sobre a influência social das novelas. Um deles, utilizando a linguagem ‘líquida’ de Zygmunt Bauman, defende que as novelas oferecem relações amorosas ‘descartáveis’, o que pode ter influência nociva na cabeça mole das crianças.


Ao mesmo tempo que as relações são ‘líquidas’, as novelas mostram ainda personagens femininas emancipadas (e muitas vezes divorciadas) que as mulheres da ‘vida real’ acabam por imitar em verdadeiro gesto de libertação.


Pergunta fatal: as novelas conduzem as sociedades para o abismo da imoralidade? Uma boa forma de responder à questão é ler Charles Kenny em edição recente da ‘Foreign Policy’.


Não conhecia Charles Kenny. Mas, por mero acaso, uns meses atrás jantei em Lisboa com o seu pai, Anthony Kenny, um dos mais importantes filósofos vivos. Foi através dele que conheci o artigo do filho.


‘Revolution in a Box’, eis o título, permite dissipar fantasmas e confirmar algumas vitórias. Fato: a TV tem seus excessos, como qualquer produto de uma sociedade de massas. Excessos nocivos, entendam. Mas é possível que, no balanço final, os ganhos sejam maiores que as perdas, independentemente dos clichês alarmistas que intelectuais de esquerda ou de direita gostam de vender sobre o assunto.


Atualmente, existem 1,1 bilhão de aparelhos televisivos em todo o mundo; até 2013, mais 150 milhões acabarão por aparecer nas casas mais remotas do planeta.


E essa realidade esmagadora, longe de pôr em risco o tecido moral e epistemológico das sociedades, tem sido e pode continuar a ser uma alavanca econômica e até intelectual para os países mais pobres e para as suas populações mais carenciadas.


O Brasil é, obviamente, um caso: em 1970 e 1980, com a expansão da Rede Globo em todo o país, as famílias brasileiras não começaram apenas a batizar os seus filhos com os nomes dos personagens célebres que surgiam todas as noites na televisão.


Os personagens, sobretudo os femininos, assumiram-se como exemplos de independência e emancipação que tiveram influência direta e inspiradora para as brasileiras mais pobres. Contemplar uma vida melhor é, muitas vezes, o primeiro passo para procurar uma vida melhor. Contemplar comportamentos que promovem a liberdade individual e a independência econômica é, tantas vezes, o primeiro passo para procurar uma vida mais livre e mais independente.


Essas procuras implicaram uma taxa de fertilidade mais baixa e um maior número de divórcios? Sem dúvida. Mas ajudaram a quebrar ciclos de pobreza e resignação, um corte que teria sido impensável sem a educação ‘cívica’ que só a televisão foi capaz de disseminar e promover.


Tal como na Índia, aliás: apoiando-se em estudos diversos sobre a influência da televisão nos países emergentes, Kenny defende como, em apenas dois anos de cobertura televisiva, as diferenças comportamentais entre as áreas rurais e urbanas tendem a diminuir de forma considerável.


Mas não apenas entre o campo e a cidade: mesmo no seio de populações juvenis e urbanas, o consumo regular de televisão tem efeitos diretos na diminuição do consumo de drogas e até nas taxas de gravidez adolescente.


Moral da história? Talvez seja mais politicamente correto vestir a toga do moralista para denunciar a vulgaridade e o filistinismo da televisão. O gesto, para além de ignaro, seria inútil. Quando as ‘elites’ criticam a televisão, o principal receio delas não são as ‘más influências’ das novelas. São, ironicamente, as boas influências. Porque as ‘elites’ sabem que, se o povo continua a imitá-las, um dia será como elas.’


 


 


Laura Mattos e Clarice Cardoso


Jovem Pan diz que novela exibe ‘devassidão’


‘A rádio Jovem Pan, conhecida por colocar no ar campanhas polêmicas, lançou na semana passada um editorial contra ‘novelas do horário nobre’.


O texto diz que ‘a liberdade de expressão passa por desvios escabrosos no mundo moderno’. ‘Enquanto na Venezuela se lacram canais de TV, aqui a disputa de audiência coloca no ar uma libertinagem que agride a família brasileira’,diz o editorial, que continua: ‘a devassidão está escancarada’.


A rádio não fala o nome da trama, mas dá exemplos de cenas: ‘A fidelidade morreu. Em cena de café da manhã, a filha sai do quarto com o namorado e se assenta à mesa, na mais absoluta naturalidade. Ali, na outra cena, amigas planejam outro lance de traição e torpeza.’


A novela das oito da Globo, ‘Viver a Vida’, mostra a infidelidade principalmente com Gustavo (Marcello Airoldi) e Betina (Letícia Spiller). E Betina costuma falar com a amiga Ingrid (Natália do Valle) sobre a intenção de trair o marido.Na trama também há namorados que tomam café com a família após dormirem juntos, em especial Miguel (Mateus Solano) e Renata (Bárbara Paz).


Procurada, a Central Globo de Comunicação afirmou que ‘a novela é uma obra de ficção, que não tem compromisso com a realidade’. A emissora defende que ‘ao recriar livremente situações, problemas e dilemas de nosso dia a dia, a teledramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para histórias que, na verdade, discutem os sentimentos humanos: amor, amizade, compaixão, vaidade, ódio, inveja… Esta é a sua função (social): entreter, permitindo que nos identifiquemos com tramas, personagens etc., estimulando assim a reflexão sobre nossos valores, crenças, atitudes e comportamentos.’


A Globo diz ter ‘convicção de que a abordagem de temas de interesse social nas novelas contribui com a mobilização da sociedade’. ‘Muitas vezes esses assuntos acabam até por ganhar a pauta de veículos de comunicação em todo o país, potencializando o debate e a busca de soluções. São diversos os exemplos do impacto do merchandising social nas novelas.’


SINAL DOS TEMPOS


A Globo comemora os 24 pontos que o ‘Fantástico’ registrou no Ibope, na Grande São Paulo, anteontem (dados prévios), resultado que, há alguns anos, seria considerado sinal de crise. Nesta última edição, o programa trouxe entrevistas com Gisele Bündchen e Karen Pila, a namorada traída de Michel do ‘BBB10’.


COMER, COMER


A reta final de ‘Spain…On the Road Again’, série com Gwyneth Paltrow, começa amanhã no canal Fashion TV. A atriz explora a gastronomia da Espanha como chef Mario Batalli, o crítico de gastronomia do ‘New York Times’, Mark Bittman, e a atriz Claudia Bassols. Acaba no dia 16.’


 


 


LITERATURA


Carlos Heitor Cony


No campo de centeio


‘RIO DE JANEIRO – Um jovem de 17 anos, de família rica, aluno de um colégio para a classe abastada, leva bomba em quase todas as matérias e tem de voltar para casa. Antes, questiona sua existência até então. Conversa com um ex-professor, a irmã, a namorada, procurando um sentido para tudo o que viveu, e chega à conclusão de que não há conclusão, o jeito é voltar para a casa do pai, que é diretor de uma companhia.


Essa sinopse pode servir de base para um dos livros mais importantes do século 20 nos Estados Unidos: ‘Catcher in the Rye’, ‘O Apanhador no Campo de Centeio’, segundo a tradução publicada no Brasil. Seu autor, J. D. Salinger, que morreu na semana passada, aos 91 anos, foi um personagem dele mesmo, não apenas do livro que lhe deu fama, mas de contos, entre os quais se destaca ‘Um Dia Perfeito para os Peixes-banana’, sem dúvida uma das melhores histórias curtas de toda a literatura universal.


Salinger escreveu um livro para a juventude dos Estados Unidos em 1951, com tudo o que viria pela frente: guerras, a atração pela estrada, a geração de Elvis Presley e dos sem destino, o rock, a droga, a vida. O mais sensato é mesmo voltar para casa, porque o papai é diretor de uma companhia.


‘Catcher in the Rye’ marcou um tempo em todo o mundo. De uma forma ou de outra, todos os jovens daquela época se identificavam com Holden Caulfield, que, com tão pouca vida vivida, questionava todos os valores de uma civilização privilegiada no sentido material.


Salinger foi mesmo um personagem estranho. Detestava badalações, nunca concordou que suas histórias fossem filmadas, viveu recluso, não dava entrevistas, não se explicava. Lembra em alguns aspectos o paranaense Dalton Trevisan, não apenas no cotidiano, mas na obra.’


 


 


Silvana Arantes


Escritor argentino Eloy Martínez morre aos 75


‘O jornalista e escritor argentino Tomás Eloy Martínez morreu na noite do último domingo, aos 75 anos, em Buenos Aires. Eloy Martínez sofria de câncer, e nos últimos meses conviveu com o agravamento do tumor instalado no cérebro, mas não deixou de trabalhar.


Seu maior sucesso literário é ‘Santa Evita’, editado em mais de 30 países. No Brasil, saiu pela Companhia das Letras, com tradução de Sergio Molina (R$ 59,90; 144 págs.).


No livro, Martínez tece a história do corpo embalsamado de Eva Duarte Perón (1919-1952) nos anos em que seu paradeiro era desconhecido -a partir de 1955, após a queda do governo de Perón, quando os autores da autodenominada ‘Revolução Libertadora’ confiscaram o corpo da mulher do presidente deposto, até 1971.


Eloy Martínez enxertou na narrativa de ‘Santa Evita’ uma parte das longas entrevistas que realizou com Perón nos anos 1960 e que eram um de seus orgulhos.


É famosa entre jornalistas -que o consideram um mestre- a história de seu début literário, aos 10 anos de idade, com um conto sobre um garoto que se esconde num selo postal para poder viajar pelo mundo. A ficção foi produto de um castigo dos pais, que o trancaram num quarto e o proibiram de ler, depois que ele saiu sem avisar de um espetáculo de circo.


No início da carreira jornalística, Eloy Martínez foi crítico de cinema do diário ‘La Nación’, do qual atualmente era colunista -suas colunas eram publicadas também pelo ‘New York Times’ e pelo espanhol ‘El País’. É autor de dez roteiros para cinema -três deles em parceria com o paraguaio Augusto Roa Bastos.


Numa obra marcadamente política, destaca-se ‘A Paixão Segundo Trelew’ (1974), um relato do massacre de 16 guerrilheiros, repudiado e censurado pela ditadura.


Com ‘O Voo da Rainha’ (Objetiva, R$ 39,90), recebeu o Prêmio Alfaguara, uma das principais distinções a autores de língua espanhola. Entre as obras mais recentes estão ‘O Cantor de Tango’ (Companhia das Letras, R$ 44,50) e ‘Purgatório’ (Companhia das Letras, R$ 42), em que revisita o período da ditadura militar (1976-1983) com o reencontro de um casal 30 anos depois do golpe.


Durante o período em que ele se exilou da ditadura em Caracas, escreveu ‘Lugar Comun la Muerte’. Viveu também nos Estados Unidos, onde lecionou na Universidade Rutgers, em Nova Jersey, e dirigiu o programa de estudos latino-americanos da universidade.


Como jornalista, fundou diários, foi correspondente internacional, dirigiu e colaborou com diversas publicações. É cofundador da Fundação para o Novo Jornalismo, iniciativa de Gabriel García Márquez. No ano passado, recebeu o Prêmio Ortega y Gasset, em reconhecimento à carreira jornalística.


Nascido em Tucumán, onde se formou em literatura, o escritor teve sete filhos, de três diferentes casamentos. Eloy Martínez expressou o desejo de que suas cinzas ficassem depositadas no cemitério de Buenos Aires, onde seu corpo era velado ontem e seria cremado.’


 


 


 


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