A Federação Internacional de Jornalistas anunciou o lançamento de uma campanha global de protesto contra a dura situação enfrentada por jornalistas no Iraque. A campanha, criada durante reunião das afiliadas da FIJ em Beirute, no mês passado, será posta em prática na quinta-feira (15/6), Dia Nacional da Imprensa no Iraque. Em homenagem à data, haverá manifestações no país e em toda a região para chamar a atenção para a dificuldade e sofrimento enfrentados pelos profissionais de imprensa em locais onde a liberdade de expressão é mutilada por ameaças e ataques de extremistas cruéis e facções rivais.
Segundo a FIJ, pelo menos 129 jornalistas e assistentes de mídia morreram durante seu trabalho desde a invasão americana ao Iraque, em março de 2003, tornando esta a guerra mais letal para profissionais de imprensa. O número de mortos varia em diferentes instituições. O canal de TV por satélite al-Arabiya conta 144 vítimas, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas conta 100, e, na organização Repórteres Sem Fronteiras, o número chega a 97. ‘Mas isso não é um jogo de números’, afirma o secretário-geral da FIJ, Aidan White. ‘O que é inegável é que mais profissionais de mídia foram mortos nesta guerra do que em qualquer outro conflito moderno. E a maioria das vítimas fatais é iraquiana’.
Profissionais locais
Enquanto algumas companhias de mídia estrangeiras puderam tirar suas equipes da zona de perigo para reduzir os riscos, deixar o país não é uma opção para os jornalistas iraquianos. Ainda quando as equipes estrangeiras resolvem permanecer no Iraque, os profissionais locais servem de base essencial para as partes mais difíceis do trabalho, seja para fornecer filmagens, material editorial ou pequenas informações essenciais para a cobertura diária enviada ao resto do mundo.
A campanha tem o apoio de sindicatos e associações no Iraque, Cursdistão e Emirados Árabes, entre outros países. Neste Dia de Ação, haverá três objetivos pontuais, diz White: fazer um apelo internacional por assistência humanitária para os jornalistas iraquianos vítimas de violência e suas famílias; concretizar a criação do Comitê Internacional de Defesa de Jornalistas no Iraque, ao qual mais de 100 sindicatos e associações nacionais já aderiram; e pressionar a comunidade internacional para fazer mais em prol dos profissionais de imprensa iraquianos.