Steve Jobs anunciou, na quarta-feira (24/8), sua saída do comando da Apple – o que levou a especulações de que o fundador da gigante de tecnologia estaria perdendo a batalha contra o câncer. “Eu sempre disse que, se chegasse o dia em que eu não pudesse mais responder a meus deveres e às expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a avisar. Infelizmente, este dia chegou”, afirmou Jobs em carta. Ele ressaltou que gostaria de continuar como presidente do conselho e diretor da Apple e indicou Tim Cook, diretor-executivo em exercício, como seu sucessor.
Em declaração divulgada horas depois, a Apple confirmou Cook como CEO e Jobs como presidente do conselho. Não foi dada nenhuma explicação oficial para a saída de Jobs, mas o empresário de 56 anos enfrenta há sete anos problemas de saúde. Em 2003, ele foi diagnosticado com câncer no pâncreas. Em 2009, recebeu um transplante de fígado. Este ano, Jobs fez algumas aparições públicas, como no lançamento da nova versão do iPad e em um jantar com o presidente Barack Obama, por exemplo. Mas em todas as ocasiões parecia muito magro e frágil.
Pouco muda
Analistas afirmaram que Cook é uma aposta segura para a empresa. “Ele é muito respeitado dentro da Apple. Do ponto de vista da sucessão, não há um candidato melhor”, afirmou Ashok Kumar, analista do banco de investimentos Rodman and Renshaw. “[A troca de comando] Não vai afetar o próximo iPad ou o próximo iPhone. A linha de produção da Apple é bem planejada. Steve, tenham em mente, vem treinando pessoas na Apple e há uma cultura interna que é muito forte”, completou Shannon Cross, da companhia de pesquisa Cross Research, voltada à indústria de tecnologia.
Apesar da crença de que a empresa não sofrerá tanto com a mudança, a saída de Jobs foi bastante lamentada por membros da indústria e nas redes sociais na internet. “A visão e a liderança extraordinárias de Steve salvaram a Apple e a guiaram para a posição de companhia de tecnologia mais inovadora e valiosa do mundo”, afirmou Art Levinson, presidente da empresa de biotecnologia Genentech e membro do conselho da Apple.
Jobs nasceu em São Francisco, na Califórnia, e fundou a Apple em 1976 junto com Steve Wozniak. Em 1985, ele deixou a companhia por problemas com a administração e foi para a Pixar, que ajudou a transformar em um dos mais famosos estúdios de animação do mundo. Em 1996, Jobs voltou à Apple para uma sequência de criações – iMac, iPod, iPhone e iPad – que mudariam não só a informática, mas também as telecomunicações e a indústria da música. Com informações do Guardian [25/8/11].