O príncipe Harry voltou a ser alvo das atenções da imprensa britânica – e do resto do mundo – na semana passada. Depois de brigar com fotógrafos, ir escondido a bares, admitir que consumiu álcool e maconha quando era menor de idade e ser acusado de colar no exame final do tradicional colégio Eton, o filho mais novo de Charles e Diana conseguiu se superar.
Harry foi fotografado numa festa a fantasia com braçadeira que estampava a suástica – e, para completar a má-fama do príncipe, cigarro numa das mãos, bebida na outra. A imagem polêmica foi parar na primeira página do tablóide sensacionalista The Sun, jornal diário mais vendido no Reino Unido. A edição de 13/1 do Sun vendeu como água, e a fantasia virou o assunto da semana.
A polêmica surge duas semanas antes do 60° aniversário de libertação de Auschwitz, campo de concentração nazista onde foram assassinados mais de um milhão de judeus. Harry divulgou declaração pedindo desculpas e dizendo que fez uma ‘escolha infeliz de fantasia’.
E a confusão não parou por aí
O pedido de desculpas do príncipe virou motivo de desentendimento entre o Sun e a secretaria de imprensa da Clarence House, residência oficial da família real. Segundo matéria de Lisa O’Carrol e John Plunkett para o Guardian [14/1/05], fontes do tablóide afirmam que foram passadas para trás.
Sabe-se que a assessora de imprensa do príncipe Charles, Paddy Harverson, tentou dissuadir o Sun da decisão de publicar a foto de Harry fantasiado, dizendo que seria uma quebra no acordo de privacidade mantido com a imprensa, e que isso poderia levar o tablóide a ter problemas com a Comissão de Reclamações da Imprensa.
A equipe da editora Rebekah Wade não só publicou a matéria como insistiu num comentário de Harry sobre o assunto. Depois de muita conversa, o Sun conseguiu a tão desejada declaração de desculpas do príncipe.
A alegria da equipe durou pouco: Rebekah descobriu que alguém da Clarence House vazou a declaração de Harry aos jornais rivais, antes que a primeira edição do Sun fosse impressa. Com informações de Sam Jones [The Guardian, 13/1/05].