Zar Jan, suposto líder da gangue que matou quatro jornalistas no Afeganistão em 2001, foi preso no sábado (4/6) em um tiroteio com a polícia, depois de roubar uma casa em Sarobi, cidade a 50 km ao leste da capital, Cabul. Se declarado culpado, ele pode ser condenado à morte. Jan, porém, alega ser inocente.
O cinegrafista australiano Harry Burton e o fotógrafo afegão Azizullah Haidari, da Reuters, a jornalista italiana Maria Grazia Cutuli, do Corriere della Serra, e o jornalista espanhol Julio Fuentes, do El Mundo, foram assassinados por um grupo de homens armados na cidade de Jalalabad, quando viajavam em comboio para Cabul, seis dias após a retirada da milícia talibã em decorrência do bombardeio americano.
Dois envolvidos no crime já foram condenados; um deles a 16 anos de prisão e outro, Reza Khan, à morte. Em uma confissão transmitida pela TV estatal no ano passado, Khan admitiu ter matado um dos jornalistas e identificou Zar Jan como o líder do grupo.
Recuperando-se em um hospital de um tiro que levou na perna, Jan alegou não ter envolvimento com os assassinatos e disse que é inimigo de Khan. Segundo ele, sua casa foi invadida por policiais em Sarobi, que o levaram até Cabul sem explicar as razões. Ele ainda alegou trabalhar para a agência de Inteligência do governo e ter denunciado Khan e outros três suspeitos que já estão detidos. Ele afirma que estaria preso durante o regime talibã e só teria sido libertado três dias antes dos assassinatos.
O porta-voz do ministro do Interior, Lutfullah Mashal, disse que Jan também é suspeito de assaltos, seqüestros e outros assassinatos e foi preso com quatro membros de sua gangue. Informações da AP [6/6/05] e de Yousuf Azimy, da Reuters [6/6/05].