Um ex-general do Ministério do Interior da Ucrânia afirmou em depoimento no tribunal, esta semana, ter matado o jornalista Georgy Gongadze em 2000. Ele disse também que o crime foi orquestrado pelo então presidente Leonid Kuchma e membros do alto escalão do governo. Aleksei Pukach responde a processo pelo assassinato do jornalista investigativo, que trabalhava para o jornal online Ukrainska Pravda e havia feito uma ampla cobertura sobre alegações de corrupção e fraude eleitoral no governo de Kuchma. O julgamento do ex-general teve início em julho, a portas fechadas, e as informações sobre os depoimentos foram repassadas por advogados da família Gongadze que puderam assistir às audiências.
Em seu depoimento, Pukach afirmou que o ex-presidente Kuchma estava entre diversos oficiais do governo que planejaram o crime – a ordem direta teria sido dada pelo então ministro do Interior, Yuri Kravchenko, morto em 2005.
Kuchma e Nikolai Dzhiga, que trabalhava com Kravchenko e também foi citado, negaram qualquer envolvimento no assassinato e alegaram que Pukach teria inventado seu relato para ganhar a simpatia do tribunal e evitar ser sentenciado à prisão perpétua.
Em março, o ex-presidente foi indiciado por abuso de poder. A viúva do jornalista, Myroslava Gongadze, afirmou que agora devem ser abertas investigações sobre os outros funcionários governamentais citados por Pukach. O ex-ministro Kravchenko já havia sido identificado formalmente como um dos suspeitos de participação no plano para matar Gongadze, e foi encontrado morto em seu apartamento horas antes de depor no caso. Ele tinha duas marcas de tiro na cabeça, mas as autoridades determinaram que o ex-ministro cometeu suicídio. Informações do Comitê para a Proteção dos Jornalistas [31/8/11].
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