O tabloide britânico The Sun deixou de lado, pelo menos por um dia, o sensacionalismo para dar destaque a uma campanha contra o Estado Islâmico. Na edição de quarta-feira [8/10], o jornal faz um apelo para que os britânicos – independente de sua fé – se unam para “derrotar os fanáticos” do grupo terrorista. No dia anterior, quatro homens suspeitos de planejar um ato terrorista foram presos em Londres.
Today we're calling on people of all faiths to stand up to I.S.: http://t.co/SRIgltEYQP #UnitedAgainstIS pic.twitter.com/3XZEaORMb0
— The Sun (@TheSunNewspaper) October 8, 2014
O Sun dedicou sete páginas e um editorial ao tema. Na capa do jornal, aparece a foto de uma mulher usando a bandeira britânica como hijab, o véu islâmico. Um dos artigos é assinado por Sarah Khan, diretora de uma campanha para evitar que jovens mulheres muçulmanas sejam seduzidas a apoiar o ISIS. “Muçulmanos britânicos estão se unindo para dizer que o autoproclamado Estado Islâmico não tem nada a ver com a nossa fé. Trata-se de uma versão distorcida do Islã que nós condenamos completamente. Não vamos permitir que a Grã-Bretanha seja envenenada por propaganda extremista”, escreve Sarah, que é membro da organização Inspire, de luta contra o extremismo e a desigualdade de gêneros.
British Muslim women are #MakingAStand to reject Islamic State; watch speeches from our campaign launch for more: https://t.co/MXzem56BNO
— Inspire (@wewillinspire) October 1, 2014
Em seu editorial, o tabloide alerta para o perigo de se confundir islamismo com extremismo. “A grande maioria dos muçulmanos britânicos orgulha-se de pertencer a uma nacionalidade e a uma religião que valorizam a paz, a tolerância e a santidade da vida. Eles consideram o ISIS uma deturpação repulsiva de sua fé”, afirma o Sun, ressaltando que “respeito e compreensão são forças poderosas contra o ódio”.
Redes sociais
Em setembro, como parte de uma campanha lançada por uma organização britânica chamada Active Change Foundation, muçulmanos de diversos países adotaram a hashtag #NotInMyName (não em meu nome) nas redes sociais para afirmar que o ISIS não os representa.
British Muslims are opposing the violent actions of ISIS with the #notinmyname campaign watch and join us https://t.co/Qy6HDZMD3T
— ACTIVE CHANGE FND (@Active_Change_F) September 10, 2014
O ISIS é conhecido por usar a internet e as mídias sociais para disseminar sua propaganda de guerra. O grupo faz uso do Twitter para conquistar apoio e passar uma imagem de poder. Desde agosto, foram divulgados quatro vídeos de execuções de reféns ocidentais – entre eles dois jornalistas americanos [ver aqui e aqui]. O último vídeo, postado no início de outubro, mostra a decapitação do cidadão britânico Alan Henning. O ISIS também vem divulgando vídeos que trazem o fotojornalista britânico John Cantlie, sequestrado em novembro de 2012, criticando os governos americano e britânico e a mídia ocidental [ver aqui, aqui e aqui].
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