Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Tabloide pede união de britânicos contra o Estado Islâmico

O tabloide britânico The Sun deixou de lado, pelo menos por um dia, o sensacionalismo para dar destaque a uma campanha contra o Estado Islâmico. Na edição de quarta-feira [8/10], o jornal faz um apelo para que os britânicos – independente de sua fé – se unam para “derrotar os fanáticos” do grupo terrorista. No dia anterior, quatro homens suspeitos de planejar um ato terrorista foram presos em Londres.

 

 

O Sun dedicou sete páginas e um editorial ao tema. Na capa do jornal, aparece a foto de uma mulher usando a bandeira britânica como hijab, o véu islâmico. Um dos artigos é assinado por Sarah Khan, diretora de uma campanha para evitar que jovens mulheres muçulmanas sejam seduzidas a apoiar o ISIS. “Muçulmanos britânicos estão se unindo para dizer que o autoproclamado Estado Islâmico não tem nada a ver com a nossa fé. Trata-se de uma versão distorcida do Islã que nós condenamos completamente. Não vamos permitir que a Grã-Bretanha seja envenenada por propaganda extremista”, escreve Sarah, que é membro da organização Inspire, de luta contra o extremismo e a desigualdade de gêneros. 

 

 

Em seu editorial, o tabloide alerta para o perigo de se confundir islamismo com extremismo. “A grande maioria dos muçulmanos britânicos orgulha-se de pertencer a uma nacionalidade e a uma religião que valorizam a paz, a tolerância e a santidade da vida. Eles consideram o ISIS uma deturpação repulsiva de sua fé”, afirma o Sun, ressaltando que “respeito e compreensão são forças poderosas contra o ódio”.

Redes sociais

Em setembro, como parte de uma campanha lançada por uma organização britânica chamada Active Change Foundation, muçulmanos de diversos países adotaram a hashtag #NotInMyName (não em meu nome) nas redes sociais para afirmar que o ISIS não os representa.

 

 

O ISIS é conhecido por usar a internet e as mídias sociais para disseminar sua propaganda de guerra. O grupo faz uso do Twitter para conquistar apoio e passar uma imagem de poder. Desde agosto, foram divulgados quatro vídeos de execuções de reféns ocidentais – entre eles dois jornalistas americanos [ver aqui e aqui]. O último vídeo, postado no início de outubro, mostra a decapitação do cidadão britânico Alan Henning. O ISIS também vem divulgando vídeos que trazem o fotojornalista britânico John Cantlie, sequestrado em novembro de 2012, criticando os governos americano e britânico e a mídia ocidental [ver aqui, aqui e aqui].

 

Leia também

ISIS usa as redes sociais para ampliar imagem de poder

Vídeos do ISIS provocam debate sobre a cobertura de guerra