A revista americana Time elegeu como as ‘Pessoas do Ano’ de 2005 o homem mais rico do mundo, Bill Gates, sua mulher, Melinda, e o roqueiro Bono Vox, da banda U2, por terem sido ‘bons samaritanos’ que fizeram diferença no mundo. James Kelly, editor-executivo da revista, justificou que o trio se esforçou para tentar encontrar maneiras de erradicar calamidades como malária, Aids e miséria, que matam cerca de oito milhões de pessoas por ano.
‘Desastres naturais são terríveis, mas o que nos define não é o que nos atinge, mas como reagimos aos acontecimentos. Quando você olha o número de pessoas que morreram devido a estes tipos de doenças e à pobreza que Gates e Bono estão combatendo, o número de mortes é maior do que aquelas causadas por desastres naturais ou guerras’, afirmou Kelly.
Uma parceria incomum surgiu com o interesse de Bono e de Gates em ajudar os mais pobres, depois de um jantar em 2002. Bill Gates, fundador da gigante da informática Microsoft, revelou que, a princípio, achou que o encontro com Bono não levaria a lugar nenhum, mas depois percebeu que ele se importa com este tipo de assunto. Bono afirma que a reputação de Gates como um especialista em negócios é um diferencial para que as pessoas acreditem no projeto de ajuda.
A Fundação Gates financia centenas de projetos em todo o mundo, focados principalmente em saúde pública, desde vacinação de crianças ao desenvolvimento de novas drogas, assim como programas educacionais e bolsas nos EUA e em outras partes do mundo.
Bono e o roqueiro e ativista irlandês Bob Geldof organizaram os concertos Live 8, em julho, que atraíram atenção mundial, com o objetivo de eliminar a pobreza na África, pedindo o cancelamento das dívidas dos países mais pobres do mundo. Em parte devido à pressão popular, as nações mais industrializadas do mundo concordaram em julho a dobrar a ajuda anual a países mais pobres ao longo dos próximos cinco anos e cancelar suas dívidas.
A Time escolheu os ex-presidentes americanos George Bush e Bill Clinton como ‘Parceiros do Ano’, por seus esforços humanitários depois do tsunami que atingiu a Ásia e do furacão Katrina nos EUA.
A revista nomeia a ‘Pessoa do Ano’ desde 1927 e a tradição tornou-se fonte de especulação a cada ano – algumas vezes com escolhas controversas, como a de Adolf Hitler em 1938 e do aiatolá Khomeini em 1979. O objetivo é escolher ‘a pessoa que mais afetou as notícias e as nossas vidas, para o bem ou para o mal, e reuniu o que era importante sobre o ano, para melhor ou pior’. A ‘Pessoa do Ano’ de 2004 foi o presidente George W. Bush. Informações da Reuters [18/12/05].