A versão impressa do New York Times ainda existirá daqui a 10 anos? Esta e outras perguntas foram respondidas pelo próprio publisher do diário, Arthur Sulzberger, na conferência WebbyConnect, em Los Angeles, na semana passada. ‘O ponto central desta resposta deve ser que não podemos nos importar com isto. Mas ligamos para isto. Eu me importo muito, mas devemos estar onde as pessoas querem que estejamos para suas informações… O impresso estará entre nós, creio eu, por um bom tempo’, aposta Sulzberger.
Ainda assim, de olho nas mudanças na indústria, o jornal criou, há dois anos, uma divisão de pesquisa e desenvolvimento para pensar sobre convergências e novos modelos de negócios. ‘Não importa o espectro ideológico das pessoas, elas ainda querem informação precisa online. Blogs e organizações exclusivamente digitais apresentam tanto coberturas ótimas quando terríveis. A internet está democratizando a narrativa ao alterar fundamentalmente como a informação é disseminada’, avalia.
Sulzberger diz que o NYTimes está ‘mais do que confortável’ experimentando e lançando serviços na internet em versão beta. ‘Temos que superar a idéia de que tudo tem que estar perfeito no primeiro dia. Se não estivermos preparados para falhar ocasionalmente, não estamos tentando o máximo possível’. Um dos serviços testados pelo diário é o TimesExtra, espaço que reúne manchetes de outras organizações de notícias e blogs com a cobertura do NYTimes, no chamado ‘jornalismo de links‘, algo impensável no jornalismo tradicional. Já entre as experiências que não deram certo está o TimesSelect, seção de opinião online paga que, para atrair os leitores, acabou tendo que virar gratuita. Informações de Matt Kato [Paidcontent.org, 22/10/08].