Um dia após o anúncio do acordo de compra do Huffington Post pela AOL por US$ 315 milhões, milhares de autores, ativistas, acadêmicos e comediantes que compõem o corpo de blogueiros do site receberam um email da fundadora Arianna Huffington. ‘Obrigada por serem uma parte vital da família HuffPost – que, repentinamente, ficou bem maior’, escreveu ela.
Arianna garantiu aos blogueiros que, embora o seu papel vá mudar – ela supervisionará todo o conteúdo no novo empreendimento –, o deles não foi alterado. ‘Juntas, nossas empresas têm uma base combinada de 117 milhões de visitantes únicos por mês nos EUA e 250 milhões em todo o mundo. Seus posts, então, terão um impacto ainda maior na comunicação nacional e global’, afirmou. ‘Esta é única mudança real que vocês irão perceber – mais pessoas lendo o que escreveram’. Desde o seu lançamento em 2005, o Huffington Post conta com colaboradores não pagos para atualizar o site com uma diversidade de opiniões sobre temas que vão desde seguro saúde ao cabelo de Sarah Palin.
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Enquanto circulam rumores sobre o futuro salário de Arianna, há quem questione a justiça do modelo de (não) pagamento dos blogueiros. Dan Gilmor, diretor do Centro Knight para Empreendedorismo da Mídia Digital na Universidade do Arizona, escreveu que Arianna pode acabar perdendo os colaboradores mais produtivos cujos trabalhos lhe ajudaram a construir uma parte significativa de sua nova fortuna.
Atualmente, o Huffington Post tem 225 funcionários pagos, incluindo 148 profissionais da equipe editorial. Segundo o co-fundador Roy Sekoff, o site investe muito tempo e dinheiro preparando as submissões de blogueiros para publicação – editando conteúdo, otimizando-o para sistemas de buscas e moderando os milhões de comentários referentes aos posts a cada mês. ‘É uma relação simbiótica’, disse. Sekoff alega que ainda é cedo para dizer como o modelo voluntário funcionará nos blogs pagos pela AOL, que incluem TechCrunch, Engadget e PopEater.
Colaboradores de longa data já se acostumaram a enviar textos gratuitamente. ‘Gostaria de ser pago, mas não vejo isto como uma possibilidade’, opinou Bob Cesca, que vem escrevendo na coluna semanal política desde agosto de 2005. Para ele, a exposição no Huffington Post o ajudou em um acordo para a publicação de um livro em 2008. Além disso, o tráfego de sua coluna lhe gera lucros publicitários suficientes para ‘pagar a cerveja’. Informações de Felix Gillette [Business Week, 9/2/11].