Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Turco que tentou matar papa teme assédio da imprensa

Libertado na quinta-feira da semana passada, o turco Mehmet Ali Agca, condenado pela tentativa de assassinato do papa João Paulo 2º e pelo assassinato do jornalista Abdi Ipekci, tem se recusado a cumprir o controverso decreto que o obriga a comparecer a uma delegacia toda manhã e noite para que seu paradeiro possa ser verificado.

Agca havia sido condenado à prisão perpétua pela morte do jornalista, mas foi beneficiado por uma lei de anistia. Sua obrigação, pela soltura, seria cumprir o serviço militar – obrigatório a todos os cidadãos turcos. O ex-presidiário, entretanto, não compareceu à delegacia nos primeiros dias em que deveria fazê-lo. Seu advogado ligou para a polícia para justificar a ausência do cliente. Agca teria citado o grande número de jornalistas que o esperam do lado de fora da delegacia como o motivo para não chegar nem perto de cumprir seu dever. No fim de semana, barreiras foram colocadas próximas à entrada do edifício para conter a multidão de jornalistas e cidadãos curiosos que lotava as ruas.

Um grande número de profissionais de imprensa montou guarda também diante do apartamento da mãe de Agca. Os jornalistas não tiveram sucesso até agora, já que a família se recusa a dar entrevistas. Nota da agência de notícias Anadolu [Osman Asilturk, 15/1/06] dá conta de que os repórteres chegam de diversos países do mundo, e cita o brasileiro Marcos Uchôa, da Rede Globo, como exemplo.