O presidente do parlamento iraniano, Gholamali Haddadadel, repreendeu a TV estatal do país por transmitir seriados que insultam o povo judeu, informa a Reuters [13/4/05]. Haddadadel respondeu à reclamação do parlamentar judeu Moris Motamed, para quem o anti-semitismo em programas televisivos tem estimulado a emigração da antiga, mas hoje reduzida, comunidade judaica no Irã.
Desde a revolução islâmica de 1979, o número de judeus no país passou de 85 mil para 25 mil. A população do Irã é de 67 milhões de pessoas. ‘Eu peço que [a mídia estatal] respeite os direitos das minorias religiosas nos programas produzidos por ela’, disse o presidente. Parlamentares reformistas já haviam criticado a TV estatal conservadora por censurar idéias liberais e por transmitir muitos programas religiosos. Em entrevista à Reuters, Motamed – único judeu no parlamento iraniano – afirmou que muitos programas deturpam a imagem dos judeus, mostrando-os como pessoas ruins e que não merecem confiança.
Jornais boicotam parlamento
Onze jornais iranianos resolveram boicotar o parlamento do país em protesto pela expulsão de uma jornalista que denunciou os altos e irregulares aumentos salariais dos parlamentares. Massih Ali-Nejad foi proibida de entrar no parlamento, acusada de roubo de documentos e de flertar com os parlamentares para conseguir informações para sua matéria. O parlamento do Irã é formado por uma maioria conservadora que defende os valores religiosos e a erradicação do materialismo. Os membros da minoria reformista divulgaram uma declaração considerando a expulsão da jornalista ilegal. Informações da BBC [11/4/05].