Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Twitter se destaca na morte de bin Laden

Jornalistas americanos que cobrem a Casa Branca receberam um e-mail na noite de domingo (1/5) avisando que precisavam ir para o trabalho: o presidente Barack Obama faria uma declaração importante dali a uma hora. O aviso os deixou obviamente ansiosos. O que seria tão importante que não poderia esperar até a manhã de segunda-feira? No Twitter, o diretor de comunicação da Casa Branca, Dan Pfeiffer, escreveu que o presidente falaria à nação às 22h30, horário de Washington. Sem mais detalhes.


Em poucos minutos, o assunto explodiu no Twitter. As especulações foram aumentando até que Keith Urbahn, que foi chefe de Gabinete do ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld, escreveu no microblog que havia ouvido de fonte confiável sobre a morte de Osama bin Laden. A notícia se espalhou pelas redes sociais antes de chegar à televisão. O curioso é que, sem saber do que se tratava, um analista de TI que vive em Abbottabad, no Paquistão, onde o terrorista foi morto, tuitou em tempo real a operação militar americana. Sohaib Athar falou sobre fortes barulhos perto de sua casa e disse esperar que não fosse o início de algo ruim. Poucos minutos depois do tweet de Urbahn, a produtora Jill Jackson, da CBS News, confirmou a notícia também por meio do microblog e afirmou que os EUA estariam em poder do corpo.


Correria


Enquanto se especulava nas redes sociais, jornalistas corriam de volta ao trabalho. As TVs foram cautelosas ao dar a notícia. Na CNN, o âncora Wolf Blitzer dizia que achava que sabia do que se tratava, mas deixava claro que não iria especular. Quando finalmente anunciou a morte de bin Laden, o letreiro na tela dava conta de que a emissora havia confirmado a notícia com três fontes diferentes.


Geraldo Rivera, do Fox News Channel, parece ter sido o primeiro a anunciar a morte do terrorista na TV americana, às 22h43 (horário de Washington), seguido, momentos depois, por CNN e MSNBC. Às 22h45, o site do New York Times dava a notícia em 40 palavras e duas frases. Às 22h52, AP e Reuters haviam confirmado a morte. Três minutes depois, o verbete em inglês sobre Osama bin Laden na Wikipedia já havia sido modificado: “Osama bin Mohammed bin Awad bin Laden: 10 de março, 1957 – 1º de maio, 2011”. O pronunciamento de Barack Obama ocorreu às 23h35.


Pesquisa


O site Mashable colocou no ar uma pesquisa perguntando aos internautas como eles ficaram sabendo da morte de bin Laden. Até a manhã de segunda-feira a pesquisa já tinha pouco mais de 15 mil votos – 34,8% responderam “via Twitter”, seguido pelo Facebook (19,42%), “outras fontes” (16,45%), televisão (15,46%), telefone ou mensagem de texto (11,6%) e mensagem instantânea na internet (2,27%).


Menos de três horas depois da notícia, bin Laden já estava na home de basicamente todos os sites de notícias. Para quem não é fã das redes sociais, não navegou na internet na noite de domingo ou foi dormir cedo, os jornais impressos correram, diante da confirmação do teor da declaração do presidente americano, para mudar suas capas – e torná-las icônicas (algumas delas estão aqui). O New York Times, por exemplo, derrubou sua primeira página inteira para dedicá-la à morte do terrorista – foram impressas 165 mil exemplares a mais do jornal. Com informações de Michael Calderone [Huffington Post, 2/5/11], Joe Pompeo [The Cutline, YahooNews, 2/5/11] e Al Tompkins [Poynter, 2/5/11].