A Comissão Européia apresentou, na semana passada, um plano estratégico para lidar com o terrorismo no continente. A proposta de 12 páginas trata, em grande parte, do papel da mídia diante da ameaça. Segundo a Comissão, os veículos de comunicação e jornalistas europeus deveriam estabelecer um código de conduta para garantir que jornais, canais de TV e sítios de internet não ajam como propagandistas para planos terroristas. O documento afirma ainda que a mídia européia transmite ao público uma visão simplificada do mundo, o que é oportuno para os terroristas. ‘A mídia é o principal veículo pelo qual [o terrorismo] tenta afetar cidadãos e líderes. Jornalistas enfrentam a difícil responsabilidade de conciliar sua função de informar o público com a necessidade de não facilitar os objetivos dos terroristas’.
O vice-presidente da Comissão, Franco Frattini, alertou para o crescente incitamento da violência pela internet e para a radicalização de estereótipos. Um dos pontos da proposta é evitar o uso do termo ‘terrorismo Islâmico’, em uma tentativa de aumentar a compreensão de que a maioria dos muçulmanos não é terrorista ou apóia a causa. ‘A Comissão acredita que não há algo como ‘terrorismo Islâmico’, assim como não há ‘terrorismo católico’. O fato de que alguns indivíduos tentam inescrupulosamente justificar seus crimes em nome de uma religião ou ideologia não pode ser corroborado de nenhuma maneira’. Informações de Nicholas Watt e Leo Cendrowicz [The Guardian, 21/9/05].