Um ano após o editor Ken Paulson instituir duras regras para o uso de fontes anônimas no USA Today, a controversa prática jornalística foi reduzida em 75% no diário americano, informa Joe Strupp [Editor & Publisher, 18/5/05]. ‘Ainda temos uma média de três ou quatro fontes anônimas por semana. Mas nossa média antes era de 12 por semana’, conta Paulson.
Antes da entrada do editor, os repórteres que quisessem fazer uso deste tipo de fonte tinham apenas que informar seu supervisor direto sobre a identidade da pessoa. Agora, um dos cinco editores-executivos do jornal deve ser avisado sobre a prática, que analisa cada caso e decide se deve autorizá-lo. Estes editores devem verificar se a notícia em questão vale o uso da fonte anônima. Paulson diz que não é possível eliminar de vez a prática, pois ocasionalmente há fontes com informações importantes que têm receio de contá-las publicamente. ‘Mas o segredo é garantir que tenhamos confiança total naquilo que publicamos’, completa.
No fim de cada dia, Paulson deve ser avisado sobre os casos de fontes anônimas. Quando instituiu a política de controle, no ano passado, ele criou também o cargo de ‘editor de padrão’, que rastreia diariamente o uso destas fontes nas páginas do jornal. Quem ocupa o posto é Adell Crowe, que já contabilizou 62 ocorrências no USA Today desde o começo deste ano – o que leva à média de menos de quatro por semana. Ele ressalta que o uso de fontes anônimas deve adicionar informação crítica à matéria. Se isso não acontecer, é melhor não usá-las.