Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vanity Fair: ética, mas nem tanto

A edição de outubro da revista americana Vanity Fair traz a 10a edição do já tradicional ranking anual de poderosos do chamado new establishment – líderes das áreas de entretenimento, comunicação e informática. Ao mencionar uma agência de talentos entre as indicadas, a revista informa que o filho de seu editor Graydon Carter foi estagiário ali.

A discriminação de conflito de interesse provavelmente se deve ao novo código de ética adotado pela publicação depois que Carter foi alvo de polêmica quando veio à tona que ele recebera de um estúdio US$ 100 mil pela idéia de fazer o filme Uma Mente Brilhante, promovido pela própria Vanity Fair e ganhador de quatro Oscar em 2002.

No entanto, segundo o New York Times [20/9/04], faltaram muitos outros conflitos a serem discriminados. Não foi mencionado, por exemplo, o fato de que o número oito da lista, Barry Diller, ajudou Carter a financiar um documentário. Também não houve referência à compra de direitos de um livro do qual o editor é co-autor pelos co-presidentes dos estúdios Miramax, que figuram na 22a posição do ranking. Os próprios agentes que aceitaram o filho de Carter como estagiário andaram divulgando uma proposta de produção de outro filme para ele. Questionada a respeito da ausência destas informações, uma porta-voz da Vanity Fair argumentou que elas já são antigas e circularam suficientemente na imprensa.