“Nós estamos oficialmente sob nova liderança, e uma nova era começa no Washington Post”, afirmou esta semana, em nota aos funcionários, a publisher do diário, Katharine Weymouth. Katharine é sobrinha do executivo-chefe da Washington Post Company, Donald E. Graham, que vendeu seu carro-chefe ao fundador da Amazon, Jeff Bezos.
Em artigo em seu site, o Post anunciou que a venda foi concretizada. O anúncio põe um ponto final aos 80 anos de controle do jornal pela família Graham – Katharine, que continuará a ocupar o posto de publisher, será a única ligação da família com o diário. Na terça-feira (1/10), foram assinados os documentos da compra por 250 milhões de dólares, passando o diário e outros bens da Washington Post Co. para a Nash Holdings, grupo de investimentos de Bezos. Junto com o Post e suas instalações de impressão em Springfield, na Virginia, o empresário ficará ainda com o jornal em espanhol El Tiempo, o diário gratuito Express e os semanários Washington Gazette.
Mudança histórica
Bezos afirmou que irá visitar o Post regularmente, mas continuará a dedicar a maior parte de seu tempo ao cargo de executivo-chefe da Amazon, gigante de comércio online que fundou em 1994 em Seattle. A compra de um título tradicional como o Post por um empresário da internet significou uma mudança histórica para a publicação e levantou especulações e temores sobre o futuro do jornalismo impresso. Jornais como o Post vêm sofrendo na última década com a queda de receita publicitária e do número de leitores.
Bezos ainda não anunciou planos específicos para o jornal ou mudanças pontuais que deverão ser feitas para que ele pare de perder dinheiro; prometeu apenas que irá zelar pelo longo histórico de jornalismo independente do Post. Em algumas entrevistas e uma visita à redação depois que a compra foi anunciada, em agosto, o empresário sugeriu que poderá fornecer um apoio financeiro inicial para a produção de experimentos em busca de um modelo de negócios lucrativo.
Ainda que Bezos tenha assumido a liderança do Post, o resto da organização gerencial do diário não mudará: além de Katharine, o editor-executivo Martin Baron também continuará em seu cargo.
Agora, a Washington Post Co. cuidará de seus bens restantes, que incluem serviços de TV a cabo, estações de TV e uma unidade educacional. Sem o Post em seu portfólio, a empresa trocará de nome. O novo nome, no entanto, ainda não foi anunciado.
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