A versão israelense do popular programa de TV Dancing with the Stars – em que celebridades participam de um concurso de dança – inovou na noite de terça-feira [2/11] ao ser a primeira edição em mais de 30 países a apresentar uma dupla com pessoas do mesmo sexo. A apresentadora esportiva Gili Shem Tov – que é gay – apresentou seu número, ao vivo, com a dançarina profissional Dorit Milman, que usou roupa semelhante à da parceira.
Em entrevista, Gili afirmou que pediu para dançar com outra mulher por se sentir mais confortável. ‘Para mim é natural. Eu vivo com uma mulher, e estamos criando juntas meu filho’, disse à AFP. ‘Não é um problema’.
Assaf Gil, produtor do programa, disse ter ficado surpreso quando Gili informou a ele que preferia dançar com uma parceira mulher. Na competição, famosos formam duplas com dançarinos profissionais e apresentam seus números semanalmente – a cada programa, uma dupla é eliminada. ‘Foi algo inesperado. Nós não procuramos por casais do mesmo sexo, mas quando ela disse que queria dançar com outra mulher, pensamos: ‘é claro, por que não?’, contou o produtor.
Preconceito
Para Gili, a decisão de ter uma parceira de dança na competição também foi impulsionada pelo desejo de estimular a sociedade israelense a ser mais aberta com relação à homossexualidade. ‘Se ao fazer isso eu conseguir que pelo menos algumas poucas pessoas se tornem mais tolerantes ou abram suas cabeças, consegui atingir meu objetivo’, afirmou.
Apesar de Israel ter uma ativa comunidade gay, com direito a parada anual, a intolerância aos homossexuais é uma das poucas questões que unem as comunidades cristã, judaica e muçulmana. Uma pesquisa de 2009 concluiu que 46% dos israelenses consideram a homossexualidade uma ‘depravação’.
O Dancing with the Stars foi criado a partir de uma série britânica da BBC intitulada Strictly Come Dancing, e o formato já foi exportado para mais de 30 países, entre eles EUA, Canadá, Austrália, África do Sul, Rússia e Espanha. Informações de Sara Hussein [AFP, 3/11/10].