Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vigilância já custa milhões de libras à polícia de Londres

A Polícia Metropolitana de Londres já gastou quase quatro milhões de libras (cerca de 13 milhões de reais) para manter guardas vigiando 24 horas por dia a entrada da embaixada do Equador e evitar que o ciberativista Julian Assange fuja do país. O fundador do WikiLeaks está há pouco mais de um ano dentro da embaixada para evitar ser extraditado para a Suécia, onde responde a acusações de abuso sexual. O Equador concedeu asilo a ele, mas, se deixar o espaço diplomático e pisar em solo britânico, Assange será preso.

A quantia gasta até agora, que compreende o período entre junho de 2012 e maio de 2013, foi revelada em uma carta do comissário Sir Bernard Hogan-Howe em resposta a Jenny Jones, representante do Partido Verde no Conselho Municipal de Londres, que afirmou que a presença constante da polícia do lado de fora da embaixada, no oeste da cidade, é “ridícula”.

“Em um momento em que a polícia está fazendo cortes, como isso pode ser uma prioridade?”, questionou Jenny. “Esta situação não pode continuar indefinidamente. O prefeito deveria estar tentando encontrar uma solução, porque a polícia está gastando tempo e recursos em uma tocaia cara”.

Em resposta a ela, Hogan-Howe tentou justificar os gastos, ressaltando que 700 mil libras do total representavam custos adicionais por conta do aumento da hora extra. Ele declarou também que a Polícia Metropolitana ainda não havia feito um pedido formal por reembolso para o Ministério do Interior pelos gastos, mas que as discussões sobre a questão estavam em um estágio inicial.

Assange está na embaixada equatoriana desde 19 de junho de 2012. Ele refuta as acusações de abuso sexual e alega que, caso vá para a Suécia, corre o risco de ser extraditado para os EUA, onde poderia ser processado por espionagem pelo vazamento de documentos secretos do governo americano. No mês passado, os ministros do Exterior do Reino Unido, William Hague, e do Equador, Ricardo Patiño, encontraram-se para discutir a questão, mas não chegaram a um acordo sobre o futuro de Assange.