O vice-secretário de Defesa americano, Paul Wolfowitz, divulgou na quinta-feira, 24/6, um incomum pedido de desculpas ‘aos jornalistas que estão cobrindo o Iraque’. Nele, Wolfowitz expressa seu ‘profundo arrependimento’ por ter dito que os correspondentes em Bagdá estavam com medo de viajar e, por esta razão, haviam publicado rumores.
‘Eu sei que muitos jornalistas continuam a sair todos os dias – nas mais perigosas circunstâncias – para nos trazer a cobertura da guerra no Iraque e no Afeganistão’, escreveu ele na carta de desculpas. ‘Desde o começo do conflito no Iraque, 34 jornalistas deram suas vidas e muitos outros foram feridos enquanto traziam informações para nós’.
Wolfowitz escreveu ainda que estava sinceramente agradecido aos correspondentes, e que admirava sua coragem.
Cobertura tendenciosa
Na terça-feira, 22/6, o vice-secretário criticou o que descreveu como uma imagem parcial traçada pela imprensa e apresentada aos EUA e ao mundo sobre a missão de reconstruir, estabilizar e instalar novas instituições políticas no Iraque.
‘Francamente, parte do nosso problema é que muitos membros da imprensa estão receosos de viajar muito, então eles ficam em Bagdá e publicam boatos’, disse ele na ocasião.
Em sua carta, datada de dois dias depois, Wolfowitz fez uma retratação desta parte de seu testemunho: ‘Infelizmente, converti minha frustração sobre uma matéria em particular, e minha declaração saiu muito diferente do que eu pretendia. E, mesmo que eu saiba que os repórteres entendem bem que, às vezes, as melhores intenções e os discursos mais elaborados não podem prevenir erros, isso não muda a gravidade do meu erro ou o profundo arrependimento que sinto por não ter me corrigido instantaneamente’. As informações são de Thom Shanker [The New York Times, 25/6/04].