Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Zelaya condena comentário anti-semita de jornalista

Provocaram controvérsia os comentários do jornalista David Romero, da Rádio Globo, em Honduras, de que deveriam ter deixado Hitler terminar sua ‘missão histórica’ de extermínio dos judeus. Romero fez a afirmação no ar em 25/9, depois que o presidente deposto Manuel Zelaya disse a repórteres que ‘israelenses’ estariam por trás de ataques com ‘gás tóxico’ na embaixada brasileira, onde ele se refugia desde que voltou a Honduras, há algumas semanas.


Aos poucos, os comentários começaram a ganhar repercussão internacional. A embaixada americana em Tegucigalpa condenou a afirmação. No início de outubro, uma coluna no jornal Wall Street Journal criticou Zelaya, chamando-o de ‘anti-semita’ – porque Romero é partidário do presidente deposto.


Racismo


Esta semana, Zelaya afirmou à imprensa, por telefone, que não concorda com o ponto de vista do radialista. ‘Eu condeno este tipo de racismo e discriminação’, disse. A história começou porque a ministra das Relações Exteriores, Patricia Rodas, afirmou que militares leais a Zelaya contaram a ela que um cidadão israelense que possui uma empresa de munição na capital teria fornecido ao governo provisório produtos químicos usados para produzir os tais gases tóxicos lançados na embaixada brasileira.


Em sua declaração desta semana, o presidente deposto ressaltou que possui quatro assessores judeus em seu governo e disse que sua relação com Romero é estritamente profissional. O radialista, que, depois da confusão, pediu desculpas, alegou que há uma ‘campanha maliciosa’ para usar seus comentários para impedir que Zelaya volte ao poder. ‘Foi um erro, me perdoem. Peço perdão à comunidade judaica’, afirmou Romero, destacando que seu avô era um imigrante judeu. Informações de Blake Schmidt [Bloomberg, 8/10/09].