Com textos de vários dos principais jornalistas brasileiros, farta ilustração fotográfica e registrando também as manifestações populares de junho deste ano, será lançado no próximo dia 3 de outubro, no Salão Nobre do Senado Federal, o livro A Constituição de 1988, 25 Anos: A Construção da Democracia & Liberdade de Expressão – O Brasil Antes, Durante e Depois da Constituinte.
Escrito para comemorar o 25º aniversário da Constituição Brasileira, promulgada em 5 de Outubro de 1988, o livro, com patrocínio das Organizações Globo e apoio do Instituto Palavra Aberta, será o primeiro lançamento da nova Editora Instituto Vladimir Herzog, com projeto gráfico de Eliane Stephan, diagramação de Angela Mendes e pesquisa de Vladimir Sacchetta. Coordenada pelo jornalista Marcos Emílio Gomes, a obra conta com informações de personagens importantes na condução daquele momento histórico do país, que foram especialmente entrevistadas, como o ex-deputado Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara Federal durante o processo de impeachment de Fernando Collor; o ex-ministro da Defesa e da Justiça Nelson Jobim; e o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), todos atuantes na Assembleia Nacional Constituinte de 1988. Fernando Henrique Cardoso, Delfim Netto, Bernardo Cabral, José Genoino e diversas outras personalidades também trazem contribuições importantes para o trabalho.
O livro tem como ponto inicial o ofício inter-religioso celebrado na Catedral da Sé no dia 31 de outubro de 1975 pela alma do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado nos porões da ditadura, uma tragédia que traumatizou e indignou a opinião pública brasileira e constituiu o ponto de inflexão que deslanchou a derrocada do regime totalitário. E o capítulo final, que reúne inúmeras fotos das passeatas do outono-inverno deste ano, se inicia com o atestado de óbito de Vladimir Herzog, corrigido em 7 de junho de 2013, de maneira a restaurar a verdade que havia sido camuflada pelo governo ditatorial sob a alegação de suicídio, registrando agora oficialmente que ele foi morto “no II Exército – (DOI-CODI)” em São Paulo, vítima de “lesões e maus tratos”.
Sobre o Instituto Vladimir Herzog
Contendo ainda um capítulo sobre a História de todas as Constituições Brasileiras, de autoria do advogado Adriano Pilatti, que foi assessor da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, o livro tem prefácio de Audálio Dantas e se encerra com um posfácio que reúne textos opinativos dos jornalistas Eurípedes Alcântara, Ricardo Setti, Eugênio Bucci, Marcelo Rech, Eliane Cantanhêde, Clovis Rossi, Mino Carta, José Nêumanne Pinto, Ricardo Gandour, Franklin Martins, Alexandre Garcia, José Roberto Guzzo, Dora Kramer e Paulo Moreira Leite.
Esse mesmo apêndice abrange também textos de autoria do grupo Transparência Hacker, de Leonardo Sakamoto e de Ivan Marsiglia, que atuam na internet e na blogosfera, não viveram os anos de ditadura nem o período da Constituinte. Suas percepções enxergam com olhares jovens o processo de construção da democracia e da liberdade de expressão no Brasil, que na verdade continua em processo e, se começou formalmente com a Constituição de 1988, nunca terminará, pois a sociedade e seus anseios mudam continuamente – e, com eles, a legislação.
A fundação do Instituto Vladimir Herzog, em 25 de Junho de 2009, inspirou-se na trajetória do jornalista, professor, cineasta e democrata assassinado pela ditadura em 1975, bem como nos valores fundamentais que defendia para o ser humano: democracia, liberdade, justiça social e direitos universais. Organização sem fins lucrativos e com neutralidade político-partidária, o Instituto atua para manter vivos esses valores e contribuir para a reflexão e produção de informações que os assegurem para todos.
O Instituto Vladimir Herzog busca atingir seus objetivos baseando suas ações em três pilares: Preservar: preservação da História do Brasil a partir do golpe de 1964 e com referência na história do jornalista Vladimir Herzog. Construir: promover, orientar e premiar trabalhos de Comunicação (Artes, Jornalismo, Cinema e Teatro) que abordem temas pertinentes a questões que afetam o direito da sociedade à vida e à justiça. Compartilhar: realizar palestras, debates, cursos e treinamentos, bem como publicar livros nas áreas relacionadas à Comunicação.
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Júlia Meriqui é jornalista