Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Anunciados os melhores do desenho de humor








A melhor charge do Salão de Piracicaba

Na tarde de sábado (27/8) foram anunciados os vencedores do 32º Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP), escolhidos entre cerca de 2.000 trabalhos vindos de 27 países. O artista gráfico Spacca, ilustrador deste Observatório, foi o vencedor na categoria Charges (veja ao lado), com Osmani Simanca (BA) na segunda posição.


Na categoria Caricatura o ganhador foi Eduardo Baptista (SP) e o segundo lugar ficou com Luiz Carlos Fernandes (SP). Mohamed Amin Agas, do Irã, venceu na categoria Cartum, com Ayknat Ahmed, da Turquia, em segundo lugar. Nas Tiras, o paranaense Benett Macedo ficou em primeiro lugar e Caio Gomes (DF), em segundo.


Spacca (João Spacca de Oliveira) é cartunista e ilustrador. Nasceu em 1964, em São Paulo, e começou a trabalhar fazendo story boards para filmes publicitários. Fez charges políticas para a Folha de S.Paulo (1985-1995) e ilustrou o suplemento infantil ‘Folhinha’ por dois anos. Escreveu histórias em quadrinhos para as revistas Níquel Náusea, Front e também trabalhou com animação. Colabora regularmente com o OI desde fevereiro de 2000.




Bordallo Pinheiro volta ao Brasil


[do release do Museu da Imprensa]









Autocaricatura de Raphael Bordallo Pinheiro

Raphael Bordallo Pinheiro regressa ao Brasil pela mão do Museu Nacional da Imprensa, que vai apresentar em Piracicaba (SP) a exposição ‘Pintá-lo e Bordallo’.


A mostra evoca o centenário da morte de Bordallo Pinheiro (1846-1905) que se comemora este ano e homenageia a sua genialidade fixada em múltiplos jornais e livros, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Brasil, onde trabalhou durante quatro anos.


A exposição foi aberta na sexta-feira (26/8) e integra o 32º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Com mais de 30 anos de existência, trata-se de um dos maiores e mais tradicionais eventos do gênero, no mundo das artes gráficas, tendo sido criado para incentivar a descoberta de novos talentos do humor gráfico e das histórias aos quadradinhos.


A mostra, organizada pelo Museu da Imprensa em colaboração com a Prefeitura Municipal de Piracicaba, integra dezenas de publicações periódicas emblemáticas das quais, Bordallo foi fundador ou colaborador, em Portugal e no Brasil. Podem ser vistas autocaricaturas publicadas em jornais e revistas como o António Maria, A Paródia, Pontos nos ii, Psit, Besouro, Lanterna Mágica e O Mosquito, entre outras.


A primeira na Brasil


Os Apontamentos sobre a picaresca viagem do Imperador do Rasilb pela Europa (alusão humorística à viagem de D. Pedro) e o Álbum das Glórias também podem ser apreciados nesta mostra. Estão ainda patentes painéis com a biografia do caricaturista e opiniões de vários artistas brasileiro contemporâneos de Bordallo Pinheiro.


O ‘pai’ do Zé Povinho trabalhou no Rio de Janeiro, entre 1875 e 1879. Começou como diretor de arte de O Mosquito. Mais tarde fundou os jornais Psit e Besouro. José do Patrocínio (um dos principais intelectuais da época) recorda Bordallo da seguinte forma:




‘Vivemos juntos n’O Besouro… Usamos da liberdade de que os moços se investem… Éramos artistas à Victor Hugo: nove partes de vaidade e uma de interesse… Foram assim as imortais páginas d’O Besouro, colaboração poderosa na intensificação da alma democrática do nosso país, de que Bordalo se fez compatriota, com a extrema lealdade cosmopolita que o alistava sob a bandeira de todos os ideais benfazejos’.


Para além da figura imortal do Zé Povinho, Bordallo Pinheiro criou também a emblemática ‘Jarra Beethoven’, peça saída das suas mãos de ceramista e que foi oferecida ao Brasil em 1899.


Esta exposição é a primeira que se faz no Brasil sobre Raphael Bordallo Pinheiro depois da sua morte e insere-se na homenagem que o Museu Nacional da Imprensa está a prestar, durante este ano, ao grande caricaturista português.