A Associated Press emitiu um raro alerta especial – chamado de “Flash” – sobre a morte de Nelson Mandela no fim da tarde de quinta-feira (5/12). Segundo o guia de estilo da agência, tais alertas são emitidos apenas em ocasiões muito importantes, ou quando uma notícia tem potencial para ser a maior do ano. Nos últimos dois anos, para se ter uma ideia, foram emitidos apenas seis – entre eles a reeleição de Barack Obama, a renúncia do papa Bento 16 e a eleição do papa Francisco. Entre os alertas clássicos estão um sobre a chegada do homem à Lua em 1969 e um sobre a queda das Torres Gêmeas em Nova York em 2001. Nos antigos teletipos, os Flashes, que alertavam os editores sobre a chegada de uma informação de extrema importância e urgência, eram sinalizados por campainhas.
Primeira página: no sentido horário, De Standaard (Bruxelas, Bélgica), Zero Hora (Porto Alegre, Brasil), El Colombiano (Medellín, Colômbia), Público (Lisboa, Portugal), The New York Times (Nova York, EUA) e O Dia (Rio de Janeiro, Brasil)
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Mandela está nas capas dos principais jornais de todo o mundo nesta sexta-feira (6/12). O líder sul-africano morreu na quinta-feira aos 95 anos, e antes mesmo do anúncio oficial, feito pelo presidente Jacob Zuma, repórteres já se posicionavam em frente à casa de Mandela. No Twitter, Lydia Polgreen, chefe da sucursal do New York Times em Joanesburgo, afirmou que âncoras de TV e apresentadores de rádio sul-africanos estavam extremamente emotivos e tinham que segurar as lágrimas ao falar sobre a morte do ex-presidente.
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A revista americana New Yorker anunciou que sua próxima capa será sobre Mandela. Batizado de “Madiba”, apelido do líder, o retrato foi feito pelo artista africano-americano Kadir Nelson, que recentemente ilustrou um livro sobre Mandela. “Ao olhar as fotos daquele tempo, eu pude ver que a energia em torno dele era muito forte e que seus pares estavam com ele e atrás dele. Ele era claramente um líder. Eu quis fazer uma declaração simples e clara sobre Mandela e sua vida como um lutador pela liberdade”, afirmou o artista.
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O Huffington Post fez uma compilação de páginas de jornais e matérias televisivas sobre Mandela em uma tentativa de traçar um panorama da vida do líder sul-africano a partir da cobertura midiática. Estão lá a primeira entrevista concedida por ele, em 1961, os protestos na luta contra o apartheid, a saída de Mandela da prisão, sua eleição à presidência e a deterioração de sua saúde.
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O New York Times entrevistou Mandela para seu obituário seis anos atrás, afirma o ex-editor-executivo Bill Keller, que assina o longo texto. “Quando a questão foi colocada ao senhor Mandela em uma entrevista para este obituário em 2007 – depois de todo aquele brutal sofrimento, como o senhor consegue controlar o ódio? – sua resposta foi quase displicente: O ódio turva a mente. Entra no caminho da estratégia. Líderes não podem se dar ao luxo de odiar”, diz o artigo.