A organização online WikiLeaks tem como objetivo divulgar documentos secretos de governos e corporações para revelar comportamentos antiéticos. Desde que foi fundada, em dezembro de 2006, a organização já vazou, entre outros documentos, um memorando sobre o despejo de lixo tóxico na costa africana e um manual do Exército americano sobre as operações na prisão da Baía de Guantánamo.
O site costuma ser criticado por membros do Exército americano, que afirmam que a divulgação de documentos sigilosos põe em risco operações militares, e também por defensores do governo, que alegam que a organização prejudica o direito à privacidade de outros em favor de sua auto-promoção. Steven Aftergood, especialista em sigilo governamental na Federação de Cientistas Americanos, acusa a WikiLeaks de ‘vandalismo da informação’. Para ele, o site deve ser considerado um ‘inimigo da sociedade livre porque não respeita as leis ou honra os direitos dos cidadãos’.
Afeganistão
No último domingo [25/7], a WikiLeaks fez o maior ‘vazamento’ de sua história: postou em seu site mais de 92 mil relatórios militares confidenciais sobre a guerra do Afeganistão. Em entrevista ao New York Times, o fundador da organização, Julian Assange, afirmou que os documentos revelam um nível mais amplo e denso de violência no Afeganistão do que já foi divulgado pelos militares ou reportado pela mídia. ‘Eles mostram não apenas incidentes graves como também a sordidez da guerra, [com informações que vão] da morte de algumas crianças a grandes operações que matam centenas de pessoas’, resume. Segundo Assange, cerca de 15 mil documentos não entraram no relatório por conta de questões de segurança e passariam por nova avaliação.
A organização funciona com menos de dez voluntários trabalhando em tempo integral, mas conta com uma rede de cerca de 900 colaboradores. O site é operado de servidores em diversos países, entre eles Bélgica e Suécia, onde as leis oferecem mais proteção aos vazamentos. O mote da WikiLeaks é a busca pela transparência com o objetivo de reduzir a corrupção, melhorar a atuação dos governos e fortalecer a democracia. Com informações do New York Times [25/7/10] e do Guardian [26/7/10].