Os dois maiores anunciantes da televisão mundial, a Procter & Gamble e a Unilever, acabam de mandar um recado curto e grosso para as principais redes do planeta: o modelo de televisão dependente de grandes clientes está agonizante, quem quiser sobreviver terá que mudar.
As duas multinacionais que gastaram, cada uma delas, cerca de 4 bilhões de dólares em publicidade no ano passado, anunciaram que mudarão suas estratégias publicitárias para investir pesado no marketing personalizado através da internet.
A decisão dos dois mega-anunciantes altera as bases comerciais da maioria das televisões abertas no mundo ocidental e acelera o processo de revisão do modelo de negócios das redes, inclusive no Brasil.
Alan Rutherford, um dos executivos da Unilever, afirmou há dias num evento da Royal Television Society, da Inglaterra, que sua empresa cortou, nos últimos três anos, 20% das verbas publicitárias destinadas à televisão aberta. Já a empresa TNS Media Intelligence revelou que a Procter & Gamble reduziu em 4,7% seus gastos com anúncios na TV, só na Inglaterra.
Sem crescimento
O grande problema agora é buscar um novo modelo de negócios capaz de restabelecer a rentabilidade às operações da televisão aberta, que passa a compartilhar com a imprensa escrita o dilema de ter que aprofundar a adaptação da estrutura corporativa à nova realidade da internet, como veículo de comunicação.
Rutherford afirmou que a ‘televisão está bastante doente, mas ainda não é um enfermo terminal. Ela pode e deve sobreviver. O problema é como’. Ele disse que como as redes não tomaram a iniciativa, os anunciantes decidiram agir. A queixa de anunciantes, como a Procter & Gamble e a Unilever, é que eles aumentaram em quase 30% as verbas publicitárias na TV para ter o mesmo nível de vendas de 2002. [Postado às 0h05 de 20/9/2005]
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Editor do blog blog Código Aberto