Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Ao longo do ano quando dizemos "amanhã" estamos nos referindo concretamente ao dia seguinte. Mas no fim do ano, como agora, o amanhã ganha outra dimensão, fica mais encorpado, passa a significar algo mais amplo, menos misterioso – o futuro. Porvir.
Mas o futuro já não é o mesmo, como diz o título de um livro escrito a quatro mãos por extraordinários representantes da cultura espanhola, o jornalista Juan Luis Cebrian e o ex-premiê Felipe Gonzalez. O futuro e, por conseguinte, a futurologia, tornaram-se tão batidos e tão demodées, que os vaticínios perderam a graça. Mesmo os mais promissores. Ser profeta hoje em dia é um exercício de autoflagelação já que é impossível ignorar a inexorabilidade das drásticas mudanças climáticas.
Nesta última edição do Observatório da Imprensa de 2010 vamos retomar uma tradição iniciada em 2008, repetida em 2009 com os mesmos debatedores. Este formato contínuo nos livra da tentação da adivinhação e da bola de cristal. O processo histórico é extensivo e se desenvolve em simultâneo em todas as esferas e quadrantes, o que permite sucessivas ações e reações, impulsos e reversões, desequilíbrios e re-equilíbrios. Em última análise, é uma prova de que a vida é mais forte do que a morte.
Uma comparação com as edições anteriores nos mostrará que os temas são praticamente os mesmos. Também os personagens da cena mundial. Se, por um lado, os agravamentos e atenuações nos libertam do fatalismo, do catastrofismo e das superstições, por outro lado, esta grande máquina de equalizar eventos só pode ser percebida com uma grande dose de paciência.
Portanto, até amanhã. Até o amanhã. Para entendê-lo e nos ensinar a conviver com o inevitável, temos aqui nos estúdios da Tv Brasil, no Rio de Janeiro, o professor de filosofia política, Renato Lessa, o economista e ecologista Sérgio Besserman e o jornalista, escritor, Claudio Bojunga.