A pior seca na Região Sudeste dos últimos anos já afetou centenas de cidades do interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Só em São Paulo são 133 municípios atingidos, além da capital. E, pela primeira vez, a nascente do rio São Francisco, em Minas, secou.
A escassez de água não é novidade. Desde o final do ano passado, a falta de chuva na cabeceira dos rios que abastecem os reservatórios preocupa os ambientalistas. Mas o meio ambiente não é o maior responsável pela catástrofe anunciada. Para o novo relator da ONU para o direito à água e ao saneamento, a crise hídrica é uma questão de planejamento e não de falta de chuvas. O problema já compromete o setor energético e a economia, afetada pelo aumento dos custos de energia decorrente do uso continuado das termoelétricas.
A mídia, que dá amplo destaque ao fenômeno, não faz uma correlação adequada da crise da água com a destruição ambiental. Rádios, televisões e jornais não investem em profissionais especializados e transformam a previsão do tempo em quadro superficial quando o assunto deveria ser tratado com a profundidade merecida.