Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Barack Obama já era o queridinho da mídia brasileira muito antes de ser indicado como candidato à Casa Branca. Um ano depois da posse, Obama passou a ser o detestadinho dos nossos jornais e revistas.
O que é que Obama fez de errado – proclamou que Lula é o cara? Nada disso, nossa mídia declarou guerra ao primeiro presidente negro dos EUA porque acha que ele é vermelho, socialista.
Porque interviu no mercado financeiro, na indústria automobilística e optou por um programa de saúde que não agradou à indústria dos planos de saúde, Obama é considerado aqui como protótipo do Estado forte e isto virou tabu.
Nossa mídia tem urticária quando ouve falar em regulação: ganha concessões para rádio e TV do governo mas detesta ser cobrada e fiscalizada. Além disso, está fazendo uma enorme confusão entre Estado forte e governo forte. Todos os estados procuram reforçar-se, é legítimo. O perigo está nos governos fortes, autoritários e onipotentes.
É legítimo que a mídia queira introduzir no debate eleitoral o tema da presença do Estado na economia.
Não fica bem inventar pretextos tão distantes.