Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Este décimo aniversário da morte de Ayrton Senna nos remete obrigatoriamente à questão dos ídolos – a mídia precisa criar mitos para abastecer-se ou são estes ídolos que precisam da mídia para eternizar-se? Se Ayrton Senna não tivesse morrido tão prematuramente e de forma tão trágica conseguiria escapar do inevitável desgaste que resulta da intensa exposição pela mídia?
Por coincidência, não muito longe daqui, em Buenos Aires, temos o caso de Diego Maradona, divinizado pelos seus conterrâneos mesmo nesta fase de decadência. O sofrimento do craque argentino depois de tantos anos de glória pode ter sido o responsável pelo novo fervor de seus admiradores.
E no entanto, Leônidas da Silva, o ‘Diamante Negro’, nosso primeiro ídolo futebolístico morreu em janeiro, com 90 anos, pobre, quase esquecido.
Lady Di, a cinderela moderna, foi divinizada, literalmente idolatrada e por isso mesmo foi perseguida pela mídia até os seus momentos finais. A apresentação pela rede americana CBS dos seus últimos momentos depois do desastre retrata esta relação perversa entre o criador, a mídia, e suas criações, os ídolos. Talvez por isso hoje a imprensa lembre às vezes um ídolo caído.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm