Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Começamos hoje a temporada 2008, ano especialmente importante, tanto para os jornalistas como para os que são servidos pelo jornalismo. Vamos celebrar em maio, junho e setembro os 200 anos da imprensa brasileira. E dentro desta grande efemeridade há outra não menos importante: o décimo aniversário deste programa. Infelizmente, o retorno de hoje não contará com a participação da Tv Cultura, que nos acompanha desde o início. No próximo dia 18, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta decidirá como serão as relações entre a Rede Cultura e a Tv Brasil, que produz este Observatório. Fazemos votos para que na reunião da próxima semana saia fortalecido o projeto de parcerias entre todos aqueles que apostam numa televisão alternativa de qualidade, comprometida com a cultura e o pluralismo. A crise do mercado financeiro já completou um semestre. Não se sabe quanto tempo vai durar, se chegará aos emergentes e, sobretudo, se alcançará o Brasil. Uma coisa está clara: desta vez não foi um ataque especulativo, a crise não veio de fora, mas de dentro, é endógena, criada pelo próprio sistema. A inadimplência do mercado imobiliário americano foi fruto de uma exuberância produzida pelo próprio mercado. Os operadores não são estimulados a serem prudentes e cautelosos, ao contrário, são estimulados a superar suas metas e fazer jus aos polpudos bônus. O caso mais dramático e mais explícito foi o do operador Jérôme Kerviel, que causou um prejuízo de quase cinco bilhões de euros, não porque embolsou esta quantia mas porque seguiu as regras do jogo. A grande mídia internacional, inclusive a brasileira, distrai-se com o sobe-desce das cotações mas não ousa tornar muito evidente a disfunção do sistema. O dispara-despenca das bolsas é um auto-engano coletivo onde o leitor que busca informações acaba sendo o maior prejudicado. O bônus de alguns é o ônus de muitos. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm