Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
O torneio acabou, jogos espetaculares agora só nas reprises ou talvez quando o Brasileirão esquentar. Será que esquentará com os jogos noturnos às nove da noite e aos domingos no fim da tarde????
Mas a Copa continua a empolgar, ficará ainda muito tempo em cartaz, mesmo que a mídia de entretenimento queira virar a página e inventar outra empolgação.
Igual à Copa, impossível. Como todos os momentos estelares da história, a Copa de 2014 oferece inúmeras leituras, a maioria conflitante e por isso mesmo fascinantes.
Os campeões fizeram um carnaval em Berlim diante das portas de Brandemburgo. Os formidáveis vice-campeões, hermanos, ainda estão emburrados, fazendo beicinho. Não deviam, mostraram um futebol e uma disposição melhor do que a nossa.
Ficamos em quarto lugar, reconheçamos, foi injusto, injustíssimo: mereceríamos a sétima ou oitava colocação: França, Colômbia, Bélgica e a zebra costarriquenha foram melhores.
Oferecemos o maior vexame da história do nosso futebol e ao mesmo tempo fomos campeões – em hospitalidade, carinho, gentileza. Poucas semanas depois dos violentos quebra-quebras contra a Copa, oferecemos ao mundo um show de tolerância, bonomia, respeito humano.
Aquele sete a um resultou de um apagão de seis minutos no Mineirão e produziu uma ressaca de 24 horas. Em seguida, acordamos, caiu a ficha, deixamos de ser crianças: descobrimos que os outros também existem e, se são melhores, merecem nossa admiração: muitos brasileiros torceram pela vitória alemã cinco dias depois do fiasco, não porque viraram a casaca ou foram tomados pelo complexo de vira-lata mas porque deixaram de ser crianças. Aprenderam até a rir de si mesmos.
Esta Copa precisa render muita conversa e muito debate. Começamos agora.