Monday, 06 de January de 2025 ISSN 1519-7670 - Ano 25 - nº 1319

A vez do cidadão-jornalista

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Seis dias depois, o país ainda está em estado de choque com a barbaridade cometida contra o menino João Hélio. Em meio a tantas mortes e tantas violências, este episódio está conseguindo subverter a agenda nacional: desacelerou o PAC, tornou irrelevante a disputa ministerial e até espantou a letargia e o descaso do verão. A mídia, horrorizada, cumpriu com o seu dever: acionou uma sensação de horror coletivo, uma revolta dolorida e solidária que talvez consiga produzir resultados. Veremos por quanto tempo perduram estas emoções. Se ultrapassarem o Carnaval, podemos ter a certeza de que algo vai mudar. Voltaremos para conferir.


YouTube é o nome de um site e de uma mania, mas é também o nome de uma revolução. A democratização da informação começou com a internet, mas o YouTube deu-lhe uma dimensão jamais vista na história da humanidade.


Graças ao YouTube criou-se a noção do cidadão-jornalista e cidadão-comunicador, mas também graças ao YouTube criou-se a fofocagem de massas representada pelo vídeo protagonizado pela modelo Daniela Cicarelli. Ao tentar proibi-lo, a modelo apenas reforçou uma certeza: o YouTube é incontrolável, para desgosto das tiranias e regimes despóticos em todos os quadrantes.


Falta agora associar o YouTube ao interesse público e às causas humanitárias. No combate à violência, o cidadão-jornalista pode oferecer uma contribuição inestimável. No dia em que os criminosos perceberem que agora estão sendo observados por centenas ou milhares de câmeras e olhos, talvez mudem de idéia. A impunidade pode continuar, esse é problema dos governos, mas sites como o YouTube têm condições de apressar o seu fim.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm