Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Você está contente com a escolha da cidade do Rio como candidata do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2012? Os cariocas e fluminenses vibraram, os paulistanos e paulistas detestaram mas a guerra começa mesmo a partir de amanhã e vai prolongar-se até o dia 6 de julho de 2005 quando será feita a escolha final.
Nestes próximos dois anos nossa mídia vai desempenhar um papel fundamental para mostrar que o Rio de Janeiro é melhor do que Nova York, Londres, Paris, Madri, Moscou, Leipzig, Istambul e Havana. E qual deve ser exatamente o papel da mídia neste grande confronto entre as megalópoles do mundo? Se a violência no estado é o problema maior deve a mídia camuflar esta violência? A corrupção nas altas esferas deve ser escamoteada e devemos vender a idéia de que somos uma espécie de Suécia dos trópicos? A miséria deve ser omitida? Este dilema não é novo, aparece todos os dias, em todos os assuntos da pauta jornalística. Buscar a verdade sem deixar que a verdade pareça incômoda não é problema apenas da cobertura referente às olimpíadas. Faz parte da essência mesmo da atividade jornalística.
O Rio de Janeiro merece esta dose de auto-estima e amor-próprio que o Comitê Olímpico Brasileiro ofereceu na semana passada depois de alguns anos de desgraças e vexames. Mas nesta mesma ocasião a imprensa brasileira ganhou também um magnífico presente na forma de um de seus mais difíceis desafios – ser vigilante sem deixar de ser equilibrada, ser fiel aos interesses da sociedade mas imunizada contra o bairrismo e, sobretudo, ser rigorosamente veraz.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm