Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Celebridades na propaganda

O negócio da fama e a fama como negócio fazem parte desta nossa era do espetáculo e do comércio,  da qual o cantor-compositor Roberto Carlos,  tornou-se símbolo.

 

O rei, ídolo das multidões, não chega a ser um filósofo mas ultimamente tem nos propiciado uma rica agenda de reflexões. No ano passado liderou a cruzada contra biografias não-autorizadas. Agora nos empurra para um debate sobre os abusos da propaganda.

 

A figura humana convertida em anúncio remonta  aos tempos da revolução francesa com os vendedores de panfletos, os gansos, grasnando  manchetes. Em seguida apareceram os camelôs apregoando suas ofertas. Ainda hoje no centro de algumas cidades brasileiras vemos os perna-de-pau com os reclames pendurados na frente e nas costas.


O garoto-propaganda e a garota-propaganda da televisão pertencem à última geração de vendedores que num mundo atravancado de apelos, para chamar a atenção e sobressair,  precisam ser conhecidos, acreditados e sobretudo, admirados.


Pergunta-se: quem fabrica as admirações? Os meios de comunicação, a mídia, sobretudo a mídia eletrônica. E o que é a mídia eletrônica? Uma concessão pública. Significa que às  custas da sociedade fabricam-se notoriedades que logo acionarão as caixas registradoras dos famosos e célebres.


Mais grave é o caso de jornalistas e comunicadores que conquistam a credibilidade numa concessão pública para logo a desbaratarem como camelôs de carnes, frangos, embutidos e telefônicas.


O debate é apaixonante e devemos creditá-lo a Roberto Carlos o poeta da mulher, da mãe, da baixinha, da gordinha, das baleias e agora do filé sangrento.