Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Você sabe, o bom do debate é que ele sempre gera outro debate. E de debate em debate, mesmo que não se produzam respostas, fica um lastro de perguntas úteis e potenciais geradoras de novas discussões. O debate sobre a criação do Conselho Federal de Jornalismo, o mais intenso travado no Brasil em algumas décadas, arrefeceu um pouco mas produziu um segundo debate que nos remete a algumas das questões que estavam subjacentes à questão do Conselho. A questão é esta: será que a Federação Nacional de Jornalistas que congrega jornalistas de dois tipos tem legitimidade para produzir um projeto que pode marcar decisivamente o futuro da imprensa brasileira? Você certamente há de perguntar: existem dois tipos de jornalistas? Existem. Existem dois tipos de jornalismo? Não. Esta é a questão. O primeiro grupo de jornalistas trabalha em empresas jornalísticas e estão envolvidos com veículos jornalísticos teoricamente a serviço da sociedade. O outro grupo de jornalistas trabalha em empresas, entidades e governos mas estão a serviço do interesse destas empresas, entidades ou governos. Não é a mesma coisa? Decididamente não. E se estes dois grupos profissionais não fazem a mesma coisa, se não têm os mesmos compromissos e obedecem a outros códigos, embora igualmente dignos e respeitáveis, não deveriam estar em dois sindicatos e federações diferentes? E então divididos em duas agremiações seria aceitável a idéia de um Conselho de Jornalismo? Este Observatório em sua edição on-line levantou a questão há alguns anos, agora vale a pena levar o debate além da esfera especializada. Para a sociedade. Uma coisa é certa, deste debate seremos fatalmente remetidos para outros e outros. É exatamente esta a nossa função. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm