Saturday, 28 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Democracia eletrônica

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


Estamos chegando ao fim da temporada eleitoral mas não estamos chegando ao fim da temporada política. Eleições ocorrem no Brasil a cada dois anos mas o debate político não se interrompe ou, pelo menos, não deveria interromper-se. A vida de um país e um país como o nosso não comporta um day after. O processo não pode interromper-se, todos os dias são dias cruciais.


O balanço final sobre o desempenho da mídia nestas eleições quem deve fazer é você. Você é quem sabe se foi bem servido, você é quem sabe se foi bem informado ao longo de uma campanha que se estendeu ao longo de um ano. De nossa parte podemos oferecer um dado fundamental: foi a eleição mais disputada que já tivemos. E foi disputada porque os candidatos receberam da mídia, sobretudo da mídia eletrônica, a máxima exposição. O Brasil mais uma vez conseguiu inovar, justamente por causa de atrasos crônicos. Estamos muito próximos de uma ‘democracia eletrônica’. O monitor de tevê transformou-se em palanque porátil e doméstico e a digitação num terminal virou o equivalente do voto através do braço levantado ou do papelzinho na urna.

Dentro de três dias, teremos o último evento eletrônico antes da decisão. O debate na Rede Globo na próxima sexta converteu-se em assunto de controvérsia. Ele próprio converteu-se em pivô de um intenso debate. Por um lado, as demais redes reclamaram contra esta exclusão na reta final. Elas têm razão. Mas convidadas a discutir a questão aqui neste Observatório, escaparam de mansinho. Não quiseram comprometer-se. Por outro lado, o número de debates também entrou na polêmica. Isto não nos interessa porque este não é um Observatório eleitoral. E aqui uma palavrinha final sobre a mídia. Se desta vez a mídia teve um comportamento bem razoável, parabéns à mídia. Mas parabéns também aos observadores da mídia. Todos, sobretudo você que fez com que a mídia se sentisse observada e sentindo-se observada fez o máximo para não cometer os velhos favorecimentos.

De nossa parte podemos dizer que ao longo de 12 programas dedicados à questão eleitoral conseguimos o feito de jamais entrar no mérito ou demérito de candidaturas ou partidos. A crítica da mídia só tem sentido quando livre de engajamentos. O que não impede que fora deste fórum, os críticos manifestem livremente suas opiniões. Debater o debate sem entrar no debate é a nossa prova de fogo.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm