Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Quem nasceu primeiro – o ovo ou a galinha? A questão tem muito a ver com o nosso programa de hoje. Vamos discutir o provão de jornalismo e mais especialmente os desastrosos resultados do último ano. A reprovação chegou a converter-se em manchete de jornal.
E aqui embute-se a metáfora do ovo e da galinha: podem existir bons cursos de jornalismo onde não há boa imprensa? Em outras palavras: se os jornais só descobriram agora que há um problema no ensino do jornalismo isso não seria uma espécie de provão da própria imprensa atestando a falta de sensibilidade para o seu próprio futuro?
A introdução dos exames de avaliação do ensino superior provocou como sempre uma grande celeuma. Houve greves, quebra-quebra e boicotes. Os adversários alegaram tudo, inclusive que o provão fere a autonomia universitária. Mas quando as suas escolas recebem boas avaliações não reclamam.
Mas o grande mérito do provão foi o de desvendar a disparidade nos padrões de excelência entre o ensino superior privado e o público.
A indústria do diploma localiza-se principalmente no setor privado, mas a mídia não gosta muito de criticar as universidades privadas porque elas são grandes anunciantes. O que nos leva de volta ao ovo e à galinha: se a imprensa fosse mais atenta e mais independente, as escolas seriam tão reprovadas? Quando há bons jornais os alunos sabem onde aprender jornalismo.
O programa de hoje, excepcionalmente não contará com a presença de Lúcia Abreu. Em seu lugar, teremos a jornalista Bárbara Pereira.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm