Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Entrevista com Paulo Sérgio Pinheiro

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Biógrafos relatam vidas, historiadores debruçam-se sobre períodos e momentos, jornalistas também lidam com o tempo, mas são treinados a desenvolver o seu trabalho com uma periodicidade mais intensa e mais curta: as jornadas diárias, e entre elas as efemérides.

Dez de dezembro, dia em que está sendo exibido este programa, é o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Trata-se de um compromisso estabelecido pela Organização das Nações Unidas, em 1950, dois anos depois da Declaração Universal de Direitos Humanos e cinco anos depois do mais sangrento conflito da história, a Segunda Guerra Mundial.

Este compromisso com os direitos humanos foi desrespeitado há 45 anos, no dia 13 de dezembro, também uma sexta-feira, quando o governo militar, que tomou o poder quatro anos antes, promulgou o Ato Institucional Número Cinco, que contraria frontalmente os mais importantes direitos garantidos pela declaração universal. A quartelada transformou-se numa ostensiva ditadura que prolongou-se por mais 17 anos, constituindo um conjunto de 21, os chamados “Anos de Chumbo”.

Em defesa dos direitos humanos levantaram-se políticos de todas as tendências, também militares, acadêmicos, professores, advogados, médicos, estudantes, sacerdotes, pastores, rabinos e principalmente uma sociedade, uma nação inteira, ansiosa para gozar em sua plenitude o sonho da paz, da igualdade, da tolerância e do respeito humano, quase sempre negados ao longo de nossa história.

Paulo Sérgio Pinheiro é um exemplo vivo dos postulados que defende: acima das diferenças, das paixões, dos partidos, acima até mesmo do bairrismo, já que nasceu e se formou no Rio, fez a sua carreira acadêmica em São Paulo, onde reside, e vem servindo ao ideal dos direitos humanos em Brasília desde os anos 90 como Secretário de Estado de Direitos Humanos no governo FHC. Preparou para o presidente Lula o projeto para a Comissão da Verdade, da qual foi o terceiro coordenador indicado pela presidente Dilma Rousseff. É um dos mais destacados diplomatas brasileiros na ONU, presidente da Comissão Internacional de Investigação para a Síria com sede em Genebra.

Paulo Sérgio Pinheiro: o controle da violência é uma missão impossível?