Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Se você vive em São Paulo, está terminando o feriado estadual de nove de julho. Se você vive no resto do país, está encerrando um dia normal. Mas os 70 anos da Revolução Constitucionalista contra o Governo Vargas comemorados hoje tem um significado nacional – foi um movimento pela legalidade.
Há pouco, no dia 13 de maio, completaram-se 114 anos da assinatura da lei que abolia a escravidão. Em memória, o Governo adotou algumas medidas para melhorar a inclusão da população negra como por exemplo a quota de 20% de negros no serviço público. Apesar do nosso gosto pelas efemérides, sobretudo quando implicam num dia de folga, estamos avançando devagar para corrigir esta que é a maior injustiça da nossa história.
Veja este exemplo: para todos os efeitos os negros são cidadãos como todos os outros, com direito às mesmas oportunidades. E, no entanto, não aparecem. A mídia geralmente mostra os negros em situações excepcionais porque os negros não estão inseridos em nossa normalidade.
Poucos, pouquíssimos são os jornalistas negros. Poucos, pouquíssimos, são os comunicadores negros. Já tratamos do assunto há três anos e voltamos a tratar do assunto hoje porque o problema não se resolve com medidas solenes adotadas em datas especiais. Se não é um problema racial, é claramente um problema social. Se não existe uma intolerância visível, há um descaso flagrante.
E este descaso não é dos governos e autoridades mas da sociedade como um todo. Exemplo disso é que o problema do acesso dos negros não aparece como bandeira de qualquer dos candidatos à presidência da República. E no entanto pelo último censo temos 76 milhões de afro-brasileiros, cerca de 45% da nossa população. Nesta temporada eleitoral quando todos têm no bolso diversos projetos de salvação nacional, este Observatório da Imprensa volta ao caso dos negros na mídia – lembrados em maio mas esquecidos nos onze meses restantes.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm