Wednesday, 25 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Fabricação de pseudo-fatos

Primeiro foi Veja que acusou a mídia de aceitar as encenações de saques organizadas pelo MST. Agora vem acusação mais pesada através de uma autoridade estadual e um dos ícones da esquerda brasileira.

O governador Miguel Arraes, em entrevista coletiva na última sexta-feira, no Recife, acusou a imprensa de conivente na onda de saques na medida em que em muitos casos sabe previamente da sua realização, mas não notifica ninguém, seja para promover uma negociação, seja para distribuir alimentos.


A grande imprensa do Rio e São Paulo praticamente escondeu a denúncia de Arraes. A imprensa nordestina não a destacou. Arraes não é jornalista, mas levantou um problema profissional dos mais relevantes. Se um jornalista é informado sobre algo que vai acontecer, pode silenciar à espera de sua consumação? Em outras palavras: um jornalista deve esquecer que é cidadão?


Até hoje nenhuma autoridade teve a coragem de afirmar de forma tão inequívoca o equívoco comportamento da mídia diante da armação de fatos e da fabricação de pseudo-fatos. Um acontecimento montado é falso e a imprensa não pode apresentá-lo como espontâneo.


O programa de hoje começa com Miguel Arraes e prossegue com César Maia. O assunto é o mesmo – factóides.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm