Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Você acompanhou as homenagens prestadas pela imprensa ao jornalista Roberto Marinho falecido na quarta passada. Em nossa edição de hoje oferecemos a nossa contribuição à rememoração de uma figura que está definitivamente associada a história do jornalismo brasileiro desde 1925, portanto ao longo de praticamente todo o século XX. Uma sociedade se valoriza quando sabe valorizar os seus feitos e os seus vultos.
Mas este Observatório da Imprensa não pode deixar de cumprir a sua vocação e também olhar para o futuro. Não se trata aqui de discutir a sucessão de Roberto Marinho, esta sucessão vem se processando há pelo menos 15 anos de uma forma fluente, racional e com o mesmo profissionalismo que o grupo adota em todos os seus procedimentos. Neste aspecto é importante registrar a brutal diferença entre o ‘Dr. Assis’, Assis Chateaubriand e o ‘Doutor Roberto’, Roberto Marinho. Chatô também construiu um império jornalístico, aliás, o primeiro em nossa história mas, com o mesmo afã e diligência, destruiu-o pedra por pedra, ainda em vida.
Dos Diários Associados sobram três excelentes jornais regionais isolados. A rede, o conglomerado, as televisões, rádios e revistas viraram pó. Roberto Marinho construiu um edifício ainda maior, mais sólido, implantado vertical e horizontalmente, mas o entregou intacto aos sucessores, o que vale dizer entregou-o intacto ao país.
O futuro sobre o qual queremos falar tem a ver com o panorama concorrencial: diante da atual crise enfrentada pela mídia brasileira pode-se vislumbrar algum grupo jornalístico, repito grupo jornalístico, apto a disputar senão a hegemonia pelo menos um segundo lugar com o grupo Globo? A segunda questão não é menos importante – deve o Brasil resignar-se a um papel periférico na corrida pelo mercado internacional de informações? Existe a possibilidade de uma participação brasileira mais visível e mais afirmativa num panorama antes ocupado apenas pelos Estados Unidos e que agora começa a despertar o interesse dos ingleses, franceses, mexicanos e alemães? Esta é uma questão que o próprio ‘Doutor Roberto’ gostaria de discutir.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm