Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Quando você leu os jornais de hoje não encontrou a questão do Oriente Médio com o mesmo destaque das últimas quatro semanas. O saldo de vítimas foi pequeno, não havia fotos chocantes ou dramáticas. Mas isso significa que a situação é menos explosiva? Os termômetros da mídia internacional medem a gravidade real ou medem o teor dramático das imagens?
Vamos tratar hoje do confronto Israel-Palestina. E como sempre não vamos entrar no mérito da disputa. Discutir quem tem razão equivale a reproduzir o próprio confronto e, além disso, este Observatório destina-se a examinar o desempenho da mídia.
No caso do Oriente Médio e no de Israel-Palestina em particular a mídia, ela própria, converteu-se numa campo de batalha onde cada gota de sangue devidamente dramatizada abre as torneiras para um banho de sangue.
A exibição reiterada das imagens do menino palestino baleado nos braços do pai e do militante palestino mostrando as mãos manchadas de sangue depois do linchamento de um reservista israelense são exemplos clássicos de um novo tipo de guerra em que a imagem da fúria deflagra a fúria pela imagem.
As emoções neste caso inflamam-se rapidamente porque um dos próprios componentes do conflito é religioso, portanto emocional, portanto altamente inflamável.
A mídia não chega a ser uma religião mas sem a mídia as religiões hoje não seriam o que são.
Ao escolher este tema para o programa de hoje estamos assumindo um desafio. O de fazer um debate sobre o Oriente Médio sem que os participantes se engalfinhem.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm