Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
A tragédia de Alcântara tirou a vida de 21 especialistas de alto nível do programa espacial brasileiro, comprometeu decisivamente o cronograma para colocar em órbita um satélite brasileiro mas, sobretudo, mostrou a perturbação da imprensa na cobertura que se seguiu ao desastre.
O Governo colaborou ao impedir o acesso ao local por três dias durante os quais foram veiculadas as hipóteses mais disparatadas.
Mas hoje, passados dez dias, alguns veículos continuam tão perdidos quanto antes porque resolveram antecipar-se às conclusões da comissão técnica que investiga as causas do desastre.
Desatentos à dor das famílias, divulgam hipóteses que politizam, confundem e, sobretudo, tiram da sociedade a vontade de apoiar o Governo na decisão de continuar nosso programa espacial.
De nada adiantam aqueles títulos falando em ‘desastre anunciado’, se o desastre era tão previsível, por que não foi previsto em letra de forma?
O clima de desinformação prevalece porque são raras, raríssimas, as redações que contam com especialistas na matéria. O jornalismo técnico e científico em geral não fascina nossas empresas jornalísticas porque não vende jornal, por isso não treinam, não contratam e não dedicam seu espaço e seu tempo para cobrir matérias que os marqueteiros consideram áridas e distantes.
O Brasil tem um programa espacial há algumas décadas mas parece só agora vai começar a cobri-lo como merece.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm